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Presidentes do Uruguai e Chile criticam Lula por chamar ditadura na Venezuela de ‘narrativa’

Metropoles

Os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, alfinetaram o chefe de Estado do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após o brasileiro dizer que as acusações de ditadura na Venezuela eram narrativas.

“Fiquei surpreendido quando se disse que o que se passou na Venezuela é uma narrativa. Todos já sabem o que pensamos a respeito da Venezuela e ao governo. Agora, se há tantos grupos no mundo que estão tratando de mediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que se respeitem os direitos humanos para que não hajam presos políticos, o pior que se pode fazer é tapar o sol com um dedo”, disse Lacalle Pou, sem citar o nome de Lula, durante seu discurso em Brasília na reunião dos líderes sul-americanos.

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“Chamemos as coisas pelo nome que têm e ajudemos. Até pouco tempo Uruguai não tinha embaixador na Venezuela e nós nomeamos um. Como temo em Cuba e tantos outros lugares, porque nossa afinidade é com o povo venezuelano”, continuou Lacalle Pou, esclarecendo que trouxe o tema à cúpula porque se está sendo discutido democracia e proteção dos direitos humanos e instituições.

Apesar da reunião estar sendo realizada de portas fechadas, o presidente do Uruguai fez uma live para transmitir sua fala. Na segunda-feira, 29, durante entrevista coletiva conjunta com Nicolás Maduro, Lula declarou que o líder venezuelano sabia a narrativa que tinham construído contra o seu país durante tanto tempo, e ainda enfatizou que o assessor especial da presidência e ex-chanceler Celso Amorim andava pelo mundo explicando que não era do jeito que as pessoas diziam.

Na sequência, Boric endossou as declarações de Lacalle e disse que a comunidade internacional não deve “fazer vista grossa” para a situação venezuelana. “Nos alegra que a Venezuela retorne às instâncias multilaterais. Mas isso não significa fazer vista grossa. Há uma discrepância entre a realidade e as declarações do presidente Lula”, disse o chileno.

O esquerdista ressaltou que os direitos devem ser respeitados em todo lugar não importa a coloração política. “A mim interessa que os direitos humanos sejam respeitados”, disse Boric, lembrando que ano que vem haverá reuniões presidenciais na Venezuela.

Apesar de contrariar Lula no que diz respeito à ditadura na Venezuela, o líder de esquerda do Chile concorda com o petista que as sanções contra os venezuelanos são pesadas. “Vamos fazer um chamado aos Estados Unidos e à União Europeia para que levantem as sanções”.

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