O Ministério da Fazenda tratou de deixar a situação em torno dos incentivos anunciados para a indústria automotiva mais clara. Segundo o ministro Fernando Haddad (PT-SP), a duração dos preços menores, ocasionados pela diminuição de alguns impostos, será de 3 a 4 meses.
Já se sabia que todo o projeto anunciado pelo vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB-SP), seria provisório, mas o prazo revelado pela pasta da Fazenda foi menor do que o que se imaginava.
A explicação de Haddad é que esse é o tempo necessário para que a indústria automotiva possa enfrentar o momento econômico e esvaziar os pátios, além de evitar o fechamento de fábricas. De alguns anos para cá, nomes como Ford e Mercedes-Benz tiveram suas plantas desativadas, e muitas outras montadoras adotaram o esquema de layoff em razão da falta de demanda.
Haddad espera que, com uma eventual melhora econômica, com queda de juros, melhora no poder de compra e disponibilidade de crédito, o preço dos carros possa cair naturalmente, sem o subsídio do estado. As contas da Fazenda são de que o impacto desses 3 ou 4 meses deve ser em R$ 2 bilhões em arrecadação, que podem ser “pagos” se as vendas aumentarem de modo substancial.
Qual será a queda nos preços dos carros?
Os cortes anunciados pelo ministro Alckmin podem ser na ordem de 1,5% a 10,79%, nas alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Esses números, no entanto, dependem de algumas regras estabelecidas pelo governo, como:
- Valor inicial: quanto menor for o valor do carro, menos impostos ele vai pagar;
- Emissão: quanto menos emissões o motor fizer, menos impostos serão cobrados;
- Produção: quanto mais peças nacionais forem usadas, maior será o desconto.
A ideia do governo era de que os preços fossem menores do que R$ 60 mil, algo que pode ocorrer com mais alguns movimentos por parte das montadoras, como a retirada de equipamentos. Mas, em princípio, no melhor dos cenários, os carros mais baratos do Brasil, Renault Kwid e Fiat Mobi, passariam de R$ 68.990 para R$ 61.401.