A Polícia Federal fez um pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) de prisão contra o padre Robson de Oliveira, investigado por suspeita de desvio de dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno, em Trindade (GO). A informação foi revelada pelo portal g1.
O padre Robson nega as irregularidades. A situação é apurada há meses, mas as investigações foram suspensas após decisão judicial.
Segundo a defesa do religioso, os fatos usados para fazer o pedido de prisão são antigos e uma detenção seria injustificada. Os advogados responsáveis entraram com uma representação contra o pedido da Polícia Federal.
Padre Robson é investigado desde que era reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno. Ele teria criado associações para desviar doações de fiéis, chegando a embolsar R$ 100 milhões. O dinheiro teria sido usado para comprar fazendas, casa na praia e até avião, de acordo com o Ministério Público.
As investigações revelaram áudios do padre para advogados sobre um suposto pagamento de propina aos desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás, no valor de R$ 1,5 milhão, para que eles decidissem em favor do religioso em um processo envolvendo a fazenda comprada pela associação do padre. Depois da divulgação dos áudios, o caso foi encaminhado ao STJ.
Em outubro de 2020, o TJ interrompeu as investigações. O argumento usado é de que os crimes apontados pelos promotores não estavam presentes. O STJ manteve a investigação bloqueada. Segundo o g1, o MP recorreu da decisão.
Vaticano sabia de suspeitas
A sede da Igreja Católica e residência oficial do Papa, o Vaticano, já tinha conhecimento das denúncias contra o padre Robson de Oliveira Pereira, fundador e presidente da Associação dos Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Goiás, investigado por supostos desvios de dinheiro de fiéis de todo país.
Segundo o delegado Alexandre Pinto Lourenço, superintendente de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), o Vaticano acompanhava de perto as denúncias contra o padre.
“Eles [o Vaticano] narraram que já tinham ciência e que estavam acompanhando as denúncias. Pelo que percebemos, eles tinham um conhecimento avançado da situação”, afirmou o delegado.
No entanto, segundo ele, nada foi dito às autoridades. “Não nos disseram se havia em curso alguma investigação interna pelo Vaticano”, concluiu.
Segundo Lourenço, os possíveis atos ilegais praticados pelo padre com o dinheiro doado por fiéis de todo Brasil chegaram ao Vaticano por meio de pessoas de dentro da Igreja Católica.