Polícia Federal deflagra operação contra organização criminosa em Alagoas

Por: Com PF-AL  Data: 14/03/2023 às 13:55

A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (14), as operações Face Oculta I e II, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa enraizada em Alagoas que vem praticando, principalmente, o crime de lavagem de dinheiro.

Cerca de 80 policiais federais cumprem diversas medidas, entre elas seis mandados de prisão, 16 de busca e apreensão, bloqueio de contas e ativos financeiros, além de sequestro de bens dos investigados, determinadas pela 17ª Vara Criminal, em Maceió, Marechal Deodoro, Penedo, Natal/RN, Recife/PE, Fernandópolis/SP e São José do Rio Preto.

Duas pessoas foram presas em Maceió, três em Natal (RN) e uma em Olinda (PE).

As investigações, realizadas nos últimos meses, revelaram um esquema criminoso, já reprimido no ano de 2017, mas que voltou a ser praticado, desta feita por outros meios.

Em dezembro de 2017 a Polícia Federal deflagrou a operação Duas Faces em Maceió, visando estancar o plano criminoso de um integrante do PCC de São Paulo, que tinha se estabelecido em Alagoas e, fazendo uso de nome falso, passou a adquirir imóveis e bens de alto valor, mostrando-se como se fosse um empresário de sucesso.

Supostamente os réus não pararam de cometer delitos. Segundo novas investigações, após a morte do líder da Organização Criminosa, verificou-se que a família da viúva passou a contar, a partir de 2018, com o apoio de seu advogado para continuar recebendo vultuosas quantias de dinheiro em espécie provenientes do Estado de São Paulo.

Durante as investigações foi confirmado que a mulher (viúva alagoana) recebeu, nos anos de 2018 e 2019, malas de dinheiro em Alagoas. Para tanto, contou com a participação do advogado que passou a organizar viagens para São Paulo com o objetivo de trazer o dinheiro ilícito.

De acordo com a PF, alguns militares foram contratados para ‘escoltar’ o dinheiro de São Paulo à Maceió, fatos que deu origem a operação Face Oculta I.

Ainda durante as investigações foi descoberto que em 2022 este mesmo grupo criminoso estava movimentando milhares de reais de origem desconhecida através de contas bancárias em nome de terceiros, que emprestavam suas contas para possibilitar o recebimento de valores, que eram sacados no caixa e entregue aos beneficiários do esquema, assim como também utilizaram empresas de fachada para a movimentação de valores, fatos que deram origem a segunda fase da operação.

Os envolvidos responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, estelionato e participação em organização criminosa, podendo pegar até 23 anos de reclusão, a depender do grau de participação de cada um.