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Planalto é contra manifestação que pede prisão de Bolsonaro

Governo acredita que caso deve ficar nas mãos do poder judiciário

Planalto é contra manifestação que pede prisão de Bolsonaro

Membros do Planalto são majoritariamente contra a realização de uma manifestação pedindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem sendo organizada por institutos e organizações ligados à esquerda. Líderes políticos, ministros e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não enxergam nenhum benefício num evento deste tipo no momento atual do Brasil.

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Planalto é contra manifestação que pede prisão de Bolsonaro

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Fontes ouvidas pelo Portal IG foram unânimes em confirmar que a cúpula do governo federal não apenas é contra a realização da manifestação, mas também vem trabalhando nos bastidores para barrar a organização. Na visão dos ministros e do próprio presidente, não há motivos para se protestar e criar um clima de competição e comparativos com bolsonaristas.

Um ministro chegou a dizer que, com o Brasil crescimento, com Lula criando novos programas e com o esvaziamento completo do poder de Bolsonaro, não há mobilização e uma manifestação nesses moldes correria o risco de ser um fiasco, já que a experiência mostra que militantes que não estão mobilizados indica um esvaziamento do público e isso daria narrativa para os bolsonaristas afirmarem que o ex-presidente conta com maior apoio.

“As urnas mostraram quem tem mais apoio, não há porque entrarmos nessa toada”, afirmou.

Mas o comparativo não é o único motivo para o Planalto se movimentar para evitar a manifestação. O próprio presidente Lula disse algumas vezes que só vê motivo para protestos diante de injustiças ou na busca por direitos e não é o caso. Segundo ele afirmou a aliados, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estão agindo dentro da lei e cumprindo o devido processo legal e, portanto, não existe razão para ir às ruas pedir pela prisão de Bolsonaro, uma vez que ele ainda está sendo investigado e nem julgado foi.

Lula teme que Bolsonaro use a narrativa de um injustiçado e que caia em disputa com o que aconteceu com o próprio presidente. Na visão dele, os protestos em seu favor se mostraram eficazes por conta dos vícios do processo e que não quer que isso se repita com o adversário político, deixando com que o devido processo legal seja cumprido dentro dos trâmites e sem açodamento.

Outros ministros também defendem que não há razão alguma para protestos e que a militância deveria usar a energia para mostrar a melhoria sensível que o Brasil vem sofrendo desde 2023. Na visão do grupo político do primeiro escalão do governo, são os militantes quem podem vencer a narrativa do bolsonarismo ao apontar que vivemos num país melhor desde que Lula assumiu, ao menos é o que eles defendem.

De todo modo existe uma disputa interna. Parte significativa da esquerda, inclusive membros do MST (Movimento dos Sem Terra) e do próprio PT, defende a manifestação como forma de mostrar ao poder judiciário que os brasileiros estão atentos e não aceitarão anistias.

Além disso, existe o desejo de mostrar força e indicar que a militância de esquerda é mais forte que o da extrema-direita. Justamente por isso é que não há como prever se haverá ou não a manifestação, embora se a palavra final for de Lula, o evento sequer será marcado

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