Petrobras avalia reajuste de preços de combustíveis

Por: Noticias ao Minuto  Data: 04/10/2023 às 06:32

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou na terça-feira, dia 3, que a companhia avalia a possibilidade de fazer um novo reajuste nos preços dos combustíveis até o final deste ano, em meio ao cenário de pressão das cotações do petróleo no mercado internacional.

Petrobras avalia reajuste de preços de combustíveis
Petrobras avalia reajuste de preços de combustíveis (imagem: AlagoasWeb/arquivo)

Ele disse, contudo, que ainda não há uma decisão tomada sobre o momento e a magnitude da eventual mudança nos preços nas refinarias. A Petrobras anunciou em meados de agosto o reajuste mais recente da gasolina e do óleo diesel.

Petrobras avalia reajuste de preços de combustíveis

“Estamos analisando justamente a possibilidade ou não de outro reajuste antes do final do ano, mas a gente ainda não tem isso como dado. Não tem isso como concreto”, afirmou Prates em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro.

“O que temos como concreto é que a nossa política de preços, daquele túnel de volatilidade, que tem o intervalo entre o valor marginal e o custo alternativo do cliente, está funcionando. Já tivemos inúmeras oscilações, não só do preço do Brent como do preço do diesel”, acrescentou.

Prates conversou com a imprensa após discursar em uma cerimônia que celebrou o aniversário de 70 anos da Petrobras.

Nesta terça, o óleo diesel vendido nos polos da Petrobras apresentava defasagem de 16% (ou R$ 0,74) em relação às cotações no mercado internacional, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). No caso da gasolina, a diferença era de 4% (ou R$ 0,11).

“Estamos no mercado com uma espécie de tempestade perfeita, e a gente tem de administrar, quanto tempo vai durar, quanto a gente tem de colchão para aguentar essa volatilidade [dos preços internacionais]”, disse.

No governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Petrobras abandonou o modelo de PPI (preço de paridade de importação), que definia reajustes da gasolina e do diesel com base em simulações sobre o custo de importação dos produtos. A atual política deixa de considerar o custo de importação e mira a busca por clientes e o custo de oportunidade de venda dos produtos

Criada na era Getúlio Vargas, a Petrobras chega aos 70 anos como a maior estatal brasileira e uma das maiores produtoras de petróleo do mundo.

A companhia, contudo, tem um cenário de desafios pela frente, como mostrou a Folha de S.Paulo. Esse horizonte inclui o atraso na corrida rumo à transição energética e as restrições para expandir as reservas de petróleo.

A principal aposta da Petrobras está nas bacias da Margem Equatorial brasileira, alvo de embate com a área ambiental do governo: dois dos três pedidos de licença para região já tiveram pareceres negativos do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).

Nesta segunda-feira (2), o Ibama autorizou a perfuração de poços na Bacia Potiguar, uma das cinco da Margem equatorial, mas ainda é grande a resistência para autorizar a atividade em áreas consideradas mais promissoras, como as bacias da Foz do Amazonas e Barreirinha.

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