Cenário mundial é de queda de preços por causa de disputas entre produtores e propagação do Coronavírus
Um estudo divulgado pelo Cuponation, plataforma de descontos online e integrante da alemã Global Savings Group, revelou quais são os países que possuem a gasolina mais cara do mundo. A pesquisa foi realizada pela Numbeo, banco de dados global de preços.
O país com a gasolina mais cara é Hong Kong, com um preço médio de R$9.69 por litro. Em seguida, vem Palestina, com R$8.32 e Israel, que cobra R$8.05. Mas você pode perguntar: e qual a gasolina mais barata? É da Arábia Saudita, com um valor médio de R$1.78/litro pelo galão de um litro do combustível. No penúltimo lugar e antepenúltimo estão Cazaquistão e Egito, com R$1.78 e R$2.13, respectivamente.
Embora os brasileiros reclamem com frequência da alta dos preços do combustível, o país ocupa o 60º lugar no ranking, cobrando dos cidadãos cerca de R$4.45 o litro. Quando o assunto é América Latina, contudo, nós ficamos na quarta posição, perdendo apenas para o Uruguai, para o Peru e para o Chile (que cobram, respectivamente, R$ 6,27, R$ 4,89 e R$ 4,47).
Consequências da queda dos preços do petróleo no país
Os preços dos contratos do petróleo sofreram uma queda de valor na casa dos 25% no último dia 9 de março, sobretudo por causa de discordâncias entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o tamanho da produção da commodity.
Como os russos se opuseram ao corte de produção proposto pela OPEP, a Arábia Saudita prometeu tomar algumas medidas, como o aumento da produção para mais de 10 milhões de barris por dia. Tal iniciativa fez com que os preços despencassem. Foi, portanto, uma queda de braço entre os maiores produtores de petróleo do mundo.
Os preços já estavam em baixa por causa a propagação do Coronavírus: como houve uma desaceleração da economia global, também houve menor demanda por energia.
“O avanço do coronavírus trouxe pânico para o mercado de petróleo“, disse o sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, ao portal G1. “O preço do petróleo nesse patamar deve provocar um estrago nas economias. O tamanho desse estrago vai depender por quanto tempo os preços ficarão nesse patamar.”
Isso pode afetar os custos da gasolina no Brasil. Em tese, a Petrobras deve promover uma redução nos preços cobrados, mas isso pode nem chegar aos consumidores. Os valores devem sofrer uma retração graças a política de paridade internacional de combustíveis, adotada em 2016 pela estatal.
Donos de postos de gasolina, portanto, além de se preocuparem com aspectos técnicos para garantir a qualidade dos combustíveis, como os sistema de monitoramento de fluidos, agora devem ficar em alerta em relação à redução dos valores para o consumidor.
Mas, segundo alguns especialistas, a mudança não deve acontecer imediatamente. Também é importante fazer uma diferenciação na redução do valor do petróleo para as distribuidoras e para o consumidor final. A Petrobras define os preços para os intermediários, mas os postos podem optar por não repassar essa queda ou repassar uma queda menor, já que os preços são livres.
Esse cenário pode afetar o etanol – com a diminuição do preço do petróleo e da gasolina, o álcool fica menos competitivo no mercado. Por enquanto não há como saber até quando essa queda de preços será mantida. Tudo depende do estágio de disseminação do coronavírus ou de um possível acordo entre os produtores – no caso, Arábia Saudita e Rússia.