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Pele de tilápia usada em cirurgia de crianças com deformidades nos dedos

UFC

Tratamentos com pele de tilápia contra queimaduras já são usados há algum tempo. No entanto, agora a Universidade Federal do Ceará (UFC) está encontrando novos usos para o material e a técnica começou a ser usada na recuperação cirúrgica de crianças que nasceram com síndrome de Apert, que faz com que os dedos dos pés ou das mãos fiquem grudados.

Em parceria com o Hospital Sobrapar, de Campinas (SP), três crianças com idades entre 3 e 6 anos estão recebendo de forma bem-sucedida o tratamento. A expectativa é que outras sete crianças passem pelo mesmo procedimento nos próximos meses.

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De acordo com a UFC, após passar pela operação, o pós-cirúrgico envolve uma troca constante de curativos, o que torna esse processo desconfortável. Considerando que muitas vezes são necessárias mais de uma cirurgia, o procedimento é ainda mais difícil.

A nova técnica então utiliza pele de tilápia no local dos curativos, da mesma forma como já acontece com vítimas de queimaduras. A pele, além de precisar ser trocada com menos frequência do que um curativo comum, ela ainda ajuda a transferir colágeno para o paciente, o que ajuda na recuperação.

Tratamento com pele de tilápia

“Normalmente, quando há a separação dos dedos, fica uma área cruenta e o tratamento com a pele de tilápia permitiu a preparação do leito receptor para enxertia com a pele humana. Essa preparação promoveu uma melhor retenção do enxerto de pele humana (do próprio paciente) total ou parcial com diminuição do número de curativos e provável ganho de duas a quatro semanas no processo final de cicatrização dos dedos”, diz o cirurgião plástico Cássio Eduardo Raposo, vice-presidente do Hospital Sobrapar.

O médico Edmar Maciel, que também trabalha na pesquisa, disse que foi constatada uma redução de 50% no número de curativos além de uma melhora nos dedos que receberam o enxerto e uma diminuição nos custos do tratamento.

A pele de tilápia começou a ser usada em pacientes com queimaduras e hoje também é adotada na recuperação de outros procedimentos cirúrgicos, como de redesignação sexual. O estudo da UFC segue em andamento.

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