Dois idosos, moradores do município de Jacuípe, procuraram a Delegacia Regional de Novo Lino para denunciar que foram vítimas do golpe.
As informações chegaram ao conhecimento da polícia em setembro do ano passado, e desde então vêm sendo investigadas.
De acordo com o delegado Cícero Lima, o bando composto por homens e mulheres do Agreste pernambucano, abordavam as vítimas em casa e ofereciam colchões magnéticos que, supostamente, resolviam problemas de coluna.
“O preço e as parcelas dos produtos ofertados eram, inicialmente, bem convidativos, mas na verdade, o bando induzia a vítima idosa a fechar empréstimos consignados em inúmeras parcelas, triplicando o valor final do colchão”, afirmou Cícero Lima.
O delegado adiantou que a ação do grupo criminoso consistia em levar pessoalmente o idoso a uma agência bancária para concluir o negócio ou fechar o contrato do empréstimo, através de reconhecimento facial caso o cliente tivesse conta digital.
Dias depois, após o valor do empréstimo entrar na conta, o grupo retornava a casa do idoso para que fossem feitos pixs ou transferências bancárias para contas de “laranjas”.
Segundo o delegado, o principal suspeito confirmou que comercializava o “colchão milagroso” há seis anos em outros estados e no interior de Alagoas, citando os municípios de Jacuípe, Campestre, Anadia, Viçosa, Maribondo e União dos Palmares.
Porém, há registro de Boletim de Ocorrência (BO) desta quadrilha na região de Boca da Mata.
O titular da delegacia regional lamenta que nesse tipo de golpe, para a vítima idosa sobra apenas o colchão e uma grande dívida bancária descontada em parcelas mensais, mas enfatiza que “crimes assim merecem ser punidos e que a quadrilha será indiciada por estelionato, associação criminosa e crimes contra o idoso e o consumidor”, destacou Cícero Lima.
O delegado informou que as investigações, realizadas pelo 112° Distrito Policial de Jacuípe, estão bem avançadas e que contaram com o apoio da PC e da PM de Pernambuco, chegando a identificação dos suspeitos que foram reconhecidos pelas vítimas alagoanas.
Os membros da quadrilha já foram interrogados diretamente no Agreste pernambucano e o inquérito policial deve ser concluído por esses dias.
A Polícia Civil de Alagoas está à disposição para receber ainda mais denúncias desses casos. Já se sabe que o mesmo golpe foi aplicado em cidades do Sul do país.