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Raqueline da Silva Santos

Patativa do Assaré

COMPARTILHE Whatsapp Facebook Twitter Data: 14/09/2020
Fonte de Imagem:Reprodução

O poeta popular, compositor, cantor e improvisador brasileiro.

Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.

Patativa do Assaré

Nascer no Nordeste é sentir as dificuldades que afligem essa região. Mas, a riqueza cultural, a alegria e o aconchego do povo Nordestino ocultam essas dificuldades e tem expressão marcante na literatura, na música e na poesia. Há autores que relatam a dor da seca, outros que relatam as belezas das praias, para qualquer lugar do Nordeste que você se dispor a ir, encontrará sempre em algum lugar alguém que vai expressar a cultura do seu povo.

É com essa pequena introdução que chamo atenção de vocês para nosso querido e amado Patativa do Assaré, um homem que não ascendeu aos bancos das universidades para estudar, mas teve seus livros publicados em vários idiomas e que foram tema de estudo na Sorbonne, na cadeira de literatura popular universal.

Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, nasceu em 1909 no dia 05 de março no interior do Ceará, no município de Assaré. Sua projeção nacional se deu com o poema “Triste Partida” que foi musicado e gravado por nosso querido Luiz Gonzaga. Patativa vivenciou a dura realidade do campo e nos mostrou que para ser culto não precisa ser acadêmico.

Nesse contexto do campo, ele criou o poema a Terra é nossa, que representa os problemas da questão da terra no Brasil, criou tantos outros poemas como: A Festa da Natureza; ABC do Nordeste Flagelado;  Aos Poetas Clássicos; A Terra dos Posseiros de Deus; A Terra é Naturá; Cabra da Peste; Caboclo Roceiro; Cante Lá, Que Eu Canto Cá; Casinha de Palha; Dois Quadros; Eu Quero; Flores Murchas; Inspiração Nordestina; Lamento Nordestino; Linguagem dos Óio; Mãe Preta; Nordestino Sim, Nordestino Não; O Burro; O Peixe; O Poeta da Roça; O Sabiá e o Gavião; O Vaqueiro; Vaca Estrela e Boi Fubá.

Uma das maiores representações da literatura Nordestina, é a literatura de Cordel, e Patativa contribuiu com essa literatura através da publicação de seus folhetos de cordel, com isso Patativa viu seus poemas sendo publicados em jornais e revistas. Segundo o site ebiografia as poesias dele foram reunidas em diversos livros, entre eles: “Inspiração Nordestina” (1956), “Cantos da Patativa” (1966), “Canta lá Que Eu Canto Cá” (1978), “Aqui Tem Coisa” (1994), entre outros.

Patativa do Assaré nos deixou em 2002 no dia 08 de julho, mas ainda hoje, é um marco da literatura do Nordeste e por isso é considerado como um dos principais representantes da arte popular nordestina, pois, sua linguagem simples e poética, marcou sua compreensão de sua própria realidade, onde retratava a vida sofrida e árida do povo do sertão.

Estudar é tão revolucionário, que muitas vezes somos impedidos(as) de termos acesso a uma boa educação. É por isso que o @escrevenordeste quer incentivar vocês a conhecerem um pouco do legado de autoras e autores do Nordeste, para você se inspirar e ir além (Raqueline da S. Santos)