Com 28 anos na liderança da Igreja Batista no Pinheiro, em Maceió, Odja Barros, que se identifica como “pastora”, celebrou no último sábado (28) seu primeiro “casamento” entre duas mulheres.
Apesar de não ter amparo na Palavra de Deus, ela aceitou o convite para a cerimônia realizada no salão de festas de Maceió, mas admite ter sentido um “frio na barriga”.
“Senti frio na barriga de emoção, de saber que estava vivendo algo que é fruto de muita luta. Como pastora feminista, queria muito que minha primeira celebração de casamento igualitário fosse com duas mulheres”, conta a pastora a Universa.
A Igreja Batista é uma das mais tradicionais do país, sendo uma igreja historicamente conservadora e centrada na Bíblia. Por isso, a celebração chamou a atenção dos que conhecem a denominação.
“Eu sei que, até na luta LGBTQI+, as conquistas das mulheres vêm com mais dificuldade. Por isso me senti tão honrada e privilegiada de ser celebrante de um momento novo e histórico dentro da tradição de igrejas batistas no Brasil”, disse.
A Igreja Batista do Pinheiro foi expulsa em 2016 da Convenção Batista por batizar pessoas homossexuais, mas ainda não havia realizado cerimônia de casamento que incluísse pessoas do mesmo sexo.
Odja conta que estava aberta para realizar um casamento entre pessoas do mesmo sexo há anos e apenas faltava uma oportunidade. E ela veio do jeito que ela mais queria, com convite de mulheres.
“Eu já estava disposta e aberta a ser celebrante de uniões homoafetivas, mas faltava ainda receber um convite. E isso ocorreu no ano passado, quando fui procurada pelas noivas”, explica.