Lojistas sinalizam com abertura de estabelecimentos e expectativa da categoria é que o comportamento do consumidor corresponda à iniciativa
A pandemia de Covid-19 trouxe muitas mudanças no cotidiano das pessoas no mundo todo. Em Alagoas, não é diferente. Uso de máscara e álcool gel, restrições para aglomeração e uma série de outras medidas. Com as recomendações das autoridades públicas para que não haja, este ano, as tradicionais festividades carnavalescas, como forma de prevenção à proliferação do vírus, já se percebe uma mobilização de lojistas sinalizando com a intenção de abrir os estabelecimentos nas datas.
Diante desse contexto, na tentativa de alcançar um viés de resposta objetiva à preocupação quanto ao impacto do que está sendo chamado de “cancelamento” do Carnaval, com a abertura das lojas nos dias 15 e 16 de fevereiro, o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estada de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, se baseia nos números de faturamento diário do setor terciário no Estado, derivado, por sua vez, do Valor Adicionado Bruto (VAB) anual, disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em se tratando de números, em um cenário de mais de 143 mil empresas ligadas ao setor de Comércio e Serviços, entre elas, de acordo com a Receita Federal do Brasil, 81 mil estabelecimentos identificados como microempreendor individual (MEI), 48 mil microempresas (ME), sete mil empresas de pequeno porte (EPP) e mais seis mil estabelecimentos de outros portes, estima-se que a soma do faturamento anual das empresas alagoanas se aproxime dos R$ 21,828 bilhões, registrando, em média, uma receita diária de R$ 59 milhões.
A partir desse cálculo, de acordo com o assessor econômico da Fecomércio, dois dias de abertura das lojas gerariam uma receita de R$ 118 milhões. Entretanto, é preciso considerar que, ainda segundo Hortencio, esses números fazem referência à média de faturamento de dias com plena atividade do Comércio em Alagoas.
“É importante lembrar a complexidade dessa situação, considerando, também, a interferência de questões não tão objetivas – de cunho comportamental – nesse contexto. Como por exemplo, a aceitação e a disponibilidade dos consumidores em aderirem esse novo calendário durante um período que é tradicionalmente de viagens e descanso”, pontuou o assessor econômico, ao observar que um baixo fluxo de clientes nos dias de abertura pode gerar um faturamento muito distinto da média obtida.
Isto porque este será o primeiro ano em que há possibilidade de abertura ampla do comércio no período carnavalesco e, embora não haja como prever o comportamento do consumidor, a expectativa do empresariado é otimista. “Acreditamos que estes dias a mais de venda tragam uma repercussão positiva na economia das empresas e, para o consumidor, a comodidade de realizar suas compras sem precisar esperar pelo fim do carnaval”, destacou Gilton Lima, presidente da Fecomércio.