Em um Estado Democrático de Direito, não foge da normalidade o ato de denunciar alguém ou de ser, em algum momento, objeto de investigação. Isso nunca foi desvantagem para quem tenha a consciência limpa. Ruim seria se as pessoas pudessem ser acusadas/denunciadas sem ter a apuração qualquer ou se as autoridades policiais encontrassem obstáculos para realização das suas atribuições mais legítimas. Correríamos o risco de inocentar ou de culpar a todos sem o devido cuidado. Se não tivéssemos essa organização estatal, boatos e ofensas dominariam a vida em sociedade. Fosse assim, o presente e o futuro pertenceriam aos injuriosos e caluniadores. No entanto, os boateiros não têm chances e, indiscutivelmente, vez por outra, encontram como ônus a obrigação de pedir desculpas. Viver em um Estado Democrático de Direito nos conduz à defesa da Justiça e da Democracia, da qual decorrem duas consequências: 1) os fatos valerão mais que os boatos; 2) a soberania popular e as instituições deverão ser sempre respeitadas, plenamente. Essa é uma importante reflexão para os tempos atuais. Frequentemente, a simpatia ou a ausência pelo outro dela parece ser o principal critério para a aferição de culpabilidade ou de inocência. Precisamos de mais respeito às pessoas e às instituições, afinal, em contrário disso, é possível que sejamos os únicos que falharam ao deparar-se com um caso concreto. Os fatos são limites aos quais devemos atentar, em nome da honestidade que almejamos reputar a si próprios.