Em um olhar distraído, seria fácil atribuir ao VAR a culpa por boa parte das polêmicas que surgiram no Fla-Flu válido pela semifinal da Taça Rio. Afinal, o árbitro de vídeo ainda é uma realidade nova no futebol brasileiro, que precisará ainda de meses de adaptação e treinamento para que todos os benefícios se tornem ainda mais evidentes.
Mas o que aconteceu no Maracanã, na quarta, com tentativas de intimidação, técnicos descontrolados e jogadores expulsos, não pode ser colocado na conta da tecnologia. O VAR é uma tentativa de evolução que esbarra nas condutas insuportáveis dos jogadores do futebol brasileiro, que a todo momento procuram interromper a partida e persuadir a (fraca) arbitragem no grito.
Inocentemente, imaginou-se que a inovação poderia coibir atitudes assim, já que as imagens gravadas teriam o poder de anular a maioria das dúvidas e desmoralizar quem tentasse burlar as regras.
Porém, os boleiros logo sofisticaram suas atuações teatrais, chegando ao cúmulo de atirar uma bola para lateral e pedir ao juiz que consulte o VAR antes de reiniciar a partida.
Um misto de malandragem com desconhecimento de como e quando a tecnologia deve ser acionada. Não basta a modernidade aplicada ao futebol se a mentalidade de seus protagonistas continuar habitando as trevas analógicas.