Vai além de não defender a reforma da previdência porque é prejudicial a si próprio, tenho certeza. Não vou relativizar tanto assim. Porém, para ser revolucionário, nos dias de hoje, basta a defesa de muito pouco. E talvez seja somente preocupar-se com a sociedade como um todo, abrir mão do individualismo egoísta do capitalismo selvagem. Ou não?! Vejam bem…
Talvez, ser revolucionário, agora, seja somente ser católico e seguir lições de misericórdia que Jesus Cristo andou deixando pela história bíblica. Talvez seja, somente, usar da espiritualidade num diálogo com a esperança de um mundo melhor, sem miséria e com respeito ao mínimo existencial de todo e qualquer ser humano. Eu disse qualquer, inclusive para o/a ex, o maloqueiro e a vizinha fofoqueira. Que fique claro.
Para ser revolucionário, então, talvez não precise nem ser de esquerda, eu diria. Bastaria defender a paz social, a preocupação com os desvalidos e não negar que as prioridades sejam essas mesmo.
Quem sabe, até, ser comunista isolado seja estar um pouco distante. Seja preocupar-se tanto com uma utopia a ponto de esquecer os gritos de quem não pode sequer gritar. Revolucionário: talvez seja não se esquecer daqueles que dormem na sarjeta e que estão, agora, nos chãos dos hospitais imundos, que espelham a reputação dos governantes que nós temos. Porque dizer ser revolucionário querendo somente o alcance do comunismo é, muitas vezes, negar tudo isso por uma utopia distante, que chega a ser insana se não denuncia essas crueldades imediatas.
Ser revolucionário é, pelo menos, defender a vida, em todas as hipóteses, defender o respeito (a todos os seres humanos), e não viver desejando a morte de quem roubou um aparelho celular. Ser revolucionário seria, somente, ser fiel aos princípios (religiosos ou ideológicos), ter atitudes éticas e de alteridade.
Ou não?! Perdoem o reducionismo, talvez seja revolucionar demais reconhecer que o mínimo defensível não se confunde com pautas para arreganhar o Estado aos empresários (libertinagem econômica) ou somente ter como pauta uma sociedade comunista nos temos dos inconvenientes estratégico, situacional e linguístico. Mas, senão isso, o que é não ser revolucionário nos dias de hoje?!