Número de divórcios em Boca da Mata atinge recorde e supera a média histórica

Números mostram que, em média, quase metade das uniões na cidade acabam em divórcio

O município de Boca da Mata registrou um aumento significativo no número de divórcios em 2023, de acordo com dados divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Foram concedidos 57 divórcios, a maior marca já registrada na cidade desde o início da série histórica em 2009.

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Número de divórcios em Boca da Mata atinge recorde e supera a média histórica

O dado representa um crescimento expressivo de 46,5% em relação à média da última década, que foi de aproximadamente 38,9 divórcios por ano. Na comparação com a média geral desde 2009 (42 divórcios/ano), o aumento é de cerca de 35%.

Em relação ao número de casamentos, Boca da Mata contabilizou 97 uniões em 2023, mantendo o mesmo patamar do ano anterior. No entanto, o percentual de divórcios em relação ao total de casamentos foi de 58,8%, bem acima da média histórica de 41,2% verificada entre 2009 e 2023.

Acompanhe os percentuais anuais de divórcios em relação aos casamentos nos últimos anos:

2009: 28,0%

2010: 41,9%

2011: 48,2%

2012: 24,8%

2013: 53,3%

2014: 26,6%

2015: 42,7%

2016: 45,3%

2017: 58,8%

2018: 48,5%

2019: 38,1%

2020: 26,5%

2021: 34,7%

2022: 42,2%

2023: 58,8%

Esses números mostram que, em média, quase metade das uniões na cidade acabam em divórcio, o que reforça uma tendência de aumento das dissoluções conjugais nos últimos anos.

O crescimento no número de divórcios também reflete mudanças culturais e sociais, como o aumento da participação feminina no mercado de trabalho, a maior autonomia econômica das mulheres e o acesso mais ágil ao Judiciário após a aprovação da Emenda Constitucional nº 66, em 2010, que facilitou a dissolução do casamento sem necessidade de prévia separação judicial.

Os dados de Boca da Mata ainda mostram que, das 57 dissoluções ocorridas em 2023, em 16 casos a guarda dos filhos menores foi concedida à mãe, repetindo um padrão semelhante ao verificado nacionalmente.

Especialistas ouvidos pelo IBGE destacam que o crescimento das separações não significa necessariamente uma crise nos relacionamentos, mas sim que as pessoas têm mais liberdade para encerrar uniões que não lhes trazem mais satisfação ou segurança emocional.

Com esses números, o município se alinha à tendência observada no estado de Alagoas e em todo o Brasil, que também apresentaram altas nos registros de divórcios em 2023. Enquanto isso, as estatísticas de segundos casamentos também se tornam relevantes, sugerindo uma busca contínua pela estabilidade conjugal, ainda que em novas uniões.