O que parecia um pedido de delivery era na verdade um pedido de socorro. Uma mulher vítima de violência doméstica ligou para a Central da Polícia Militar de Alagoas fingindo encomendar uma pizza. A percepção da atendente do 190 – atualmente operado por agentes do programa Ronda no Bairro – , resultou na intervenção policial que garantiu que uma vida fosse preservada e um agressor detido.
Mulher finge pedir pizza e denuncia o marido
O fato ocorreu na noite da segunda-feira, dia 4, no bairro Ponta Grossa, em Maceió. Uma mulher de 46 anos de idade, com o pretexto de pedir uma pizza, usou o celular para acionar a PM.
Uma guarnição do Programa Força Tarefa 01, na área do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) atendeu a ocorrência e encaminhou à Central de Flagrantes, onde o autor do delito foi autuado por violência doméstica, com base na Lei Maria da Penha.
A atenção da atendente do 190 (cujo nome será preservado) foi fundamental para filtrar e diferenciar um trote de um verdadeiro pedido de socorro. “A fala dela estava bem abalada e falhando. Percebi que não era a voz de quem estaria pedindo uma pizza. Ela me informou o endereço, pontos de referência e eu passei as orientações sem que o autor percebesse que se tratava de uma chamada para o 190”, disse.
A atendente relatou ainda que perguntou se a vítima havia sido agredida fisicamente. Em resposta, ela reafirmou para “entregarem a pizza”, ficando claro que ela estava dizendo que, sim, havia sido agredida.
No endereço informado, os PMs constataram que a vítima estava sendo proibida de sair de casa há mais de uma semana, seu celular havia sido tomado pelo companheiro para impedir que ela pedisse socorro. O relatório da ocorrência informa ainda que a vítima havia sofrido ameaças e diversos tipos de violência, inclusive sexual. Em certa ocasião, ainda segundo o relato do Copom, a mulher chegou a desmaiar após levar socos na região da cabeça.
Mulher finge pedir pizza e denuncia o marido
“No ranking de frequências de chamadas para o 190, a ocorrência de violência doméstica aparece em segundo lugar, perdendo apenas para Perturbação do sossego alheio. Infelizmente, apesar das mudanças e do endurecimento da Legislação, a incidência ainda é frequente”, explicou o major Chrisd’Angelo Verçosa, que responde pela Chefia do Centro de Operações Policiais Militares (Copom).
O major Verçosa também reforça a importância de denunciar, lembrando a essas mulheres que elas não estão sozinhas. Ele salientou também que existe uma preocupação da Segurança Pública em Alagoas, incluindo os integrantes do Copom, com a proteção das vítimas. “Nossa equipe vem se qualificando a respeito deste tema. Todo o efetivo do Copom, sem exceção, está participando do Curso de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica para profissionais da Segurança Pública contra a Mulher”, finalizou o oficial.