MĂŁe foi denunciada por negligencia
âRestou apurado que, apĂłs a consumação do crime de estupro de vulnerĂĄvel, o denunciado Edvaldo dos Santos, por meio de asfixia e com o objetivo de assegurar a ocultação do crime antes cometido, matou Ana Beatriz Rodriguez Rocha, mediante estrangulamentoâ. Ă assim que estĂĄ caracterizada a denĂșncia ajuizada pelo MinistĂ©rio PĂșblico Estadual de Alagoas (MPAL) contra o homem que, na madrugada do Ășltimo dia 6 de agosto, apĂłs forte violĂȘncia e grave ameaça, tirou a vida de uma criança de apenas seis anos, no municĂpio de Maravilha. A ação penal agora estĂĄ com o Poder JudiciĂĄrio.
Relembre o caso
A denĂșncia foi proposta pelo promotor de Justiça Kleytionne Sousa, titular da Promotoria de Justiça de Maravilha. Nela, ele pede a condenação do rĂ©u pelos crimes de estupro de vulnerĂĄvel, homicĂdio duplamente qualificado e ocultação de cadĂĄver, todos previstos no CĂłdigo Penal brasileiro.
âEntre 02h e 03h30 da madrugada, o denunciado Edvaldo dos Santos conduziu a menor Ana Beatriz atĂ© sua residĂȘncia, onde a forçou, mediante violĂȘncia real, a ter conjunção carnal e a praticar e permitir que com ela se praticasse outros atos libidinosos. O laudo pericial constatou que o ĂłrgĂŁo genital da criança apresentava lesĂŁo contusa e dilacerante e que a regiĂŁo anal tambĂ©m tinha os mesmos ferimentos, com rotura do Ăąnus, o que comprova a violĂȘncia real empreendida e a prĂĄtica dos atos sexuaisâ, diz um trecho da petição.
âApĂłs o cometimento do estupro, e com desĂgnio autĂŽnomo, o denunciado resolveu matar a vĂtima para ocultar o seu crime anterior. Assim, estrangulou a Ana Beatriz e, por meio da asfixia, a matou (consoante laudo pericial). Ato contĂnuo, Edvaldo dos Santos, com o intuito de ocultar o cadĂĄver, colocou o corpo da vĂtima em um saco e o escondeu no telhado de sua residĂȘnciaâ, revela outra parte da denĂșncia.
NegligĂȘncia da famĂlia
Segundo o promotor de Justiça, restou apurado que a genitora da vĂtima estava com a menor por volta das 03h da madrugada na rua, reunida com algumas pessoas e, dentre elas, o acusado, que jĂĄ era conhecido na regiĂŁo pela prĂĄtica de crimes envolvendo violĂȘncia e grave ameaça. Ainda assim, a mĂŁe deixou de observar seu dever de guarda e cuidado com a criança e nĂŁo se deu conta quando a filha sumiu. SĂł entĂŁo apĂłs perceber o desaparecimento de Ana Beatriz Ă© que a famĂlia começou a procurĂĄ-la, tendo desconfiado de Edvaldo em razĂŁo de seu histĂłrico criminal. Foi a partir daĂ que a PolĂcia Militar teria sido acionada. E, apĂłs as diligĂȘncias empreendidas pela PM na casa do acusado, um saco volumoso, de onde escorria sangue, foi localizado. Esse foi um crime que nos causou uma grande revolta e que merece toda a punição que a legislação estabeleceâ, afirmou Kleytionne Sousa.
âPropusemos a denĂșncia, e o que o MinistĂ©rio PĂșblico de Alagoas quer Ă© que o senhor Edvaldo seja condenado pelos crimes praticados. Ele estuprou, matou e depois escondeu o corpo de uma criança de apenas seis anos. EntĂŁo, requeremos que o JudiciĂĄrio o pronuncie por toda a violĂȘncia cometida e que o leve ao tribunal do jĂșriâ, ressaltou o promotor de Justiça de Maravilha, acrescentando que o MinistĂ©rio PĂșblico tambĂ©m buscarĂĄ a responsabilização pela negligĂȘncia familiar.