A Universidade Federal de Alagoas, por meio do reitor Josealdo Tonholo, da vice-reitora Eliane Cavalcanti e da diretora do Centro de Educação, Mariana Guedes Raggi, lamentam a perda da professora aposentada Ana Maria Moura Lins Bianchini, pesquisadora pioneira, que colocou a Ufal e o Cedu no circuito nacional das pesquisas científica. Ela morreu ontem (24), aos 70 anos, no dia de seu aniversário. O corpo será velado neste domingo (25), a partir das 10h, na Capela 1 do Cemitério Ecomemorial de Alagoas, localizado na Rodovia Dr. Ib Gatto Marinho Falcão, em Massagueira de Baixo, Marechal Deodoro. O sepultamento vai ocorrer às 16h, no mesmo local.

“Recebi a triste notícia da passagem da professora Ana Moura do Cedu. Ela vai deixar muita saudade em todos nós que a conhecemos!  Muito triste. Uma professora da velha guarda e pesquisadora de renome”, lamentou o reitor Tonholo.

O colega do Cedu e atual pró-reitor de Extensão, Cezar Nonato, reforçou o pioneirismo de Ana Moura, responsável pela iniciação da Ufal e do Centro de Educação no circuito nacional de pesquisas. “Um exemplo disso é que, no final dos anos 80 início dos anos 90, ela participou de uma ampla pesquisa nacional relacionada à temática das Fontes Históricas da Educação, coordenada nacionalmente pelo professor, filósofo e pedagogo brasileiro  Dermeval Saviani. E foi justamente a professora Ana Moura quem coordenou a pesquisa no âmbito de Alagoas”, lembrou Nonato.

O pró-reitor afirma ainda: “Sempre com uma presença marcante, além de formar gerações de estudantes da Pedagogia, Ana formou também vários pesquisadores em Educação vinculados a várias áreas e às licenciaturas.”

Em nota, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) comunicou a morte da professora aposentada. “A entidade lamenta sua partida e manifesta sinceras condolências aos familiares e amigos da docente neste momento difícil de luto”.

A professora do Cedu, Elza Maria da Silva, também lamentou a perda e falou sobre a atuação de Ana Moura na Ufal. “Nossa colega faleceu hoje [ontem, dia 24], coincidentemente no dia de seu aniversário. Ela foi professora do Setor de Fundamentos da Educação e me lembro como sempre teve muito orgulho de sua trajetória e de sua formação. Ana fez graduação na Ufal, mestrado em São Carlos [UFSC – 1985] de doutorado em Campinas [ Unicamp – 1992]. Mas quero registrar, sobretudo, a participação de Ana nas atividades de pesquisa do Centro de Educação e, consequentemente, na Ufal. Ela ingressou na Ufal em 1992 e ficou até 2003. Passou 11 anos na Ufal, mas teve uma participação muito importante na formação de muitas pessoas”, destacou.

E completa: “Ainda ontem [sexta, 24] conversava com ex-alunas dela, formadas há bastante tempo, e elas me afirmaram que foram apresentadas ao mundo da pesquisa por Ana, seguindo todo rigor do pesquisador. Essas alunas acompanharam o trabalho de Ana Moura durante muito tempo.”

A professora Elza lembra, ainda, que Ana Moura chegou ao Cedu no momento em que o Centro buscava consolidar a pós-graduação stricto sensu. “A professora Cícera Justino, à época, assumiu a direção com esse propósito e Ana chegou com esse alinhamento da pesquisa. Ela foi fundamental para a construção do projeto da pós. Então, a participação dela é muito importante. Ana coordenava a linha de pesquisa Fontes Primárias da Educação Brasileira, da qual eu fiz parte durante muito tempo. Lembro-me bem da luta dela, inclusive, para ter acesso aos documentos do Arquivo Público para poder fazer essa pesquisa. A ponto de falar com o governador para ter a liberação do material”, revelou.

E finaliza: O legado que Ana Moura deixou e quero registrar é essa contribuição, a importância dela na pesquisa, na história da educação, na filosofia da educação. Quero registrar nosso respeito e nosso agradecimento a Ana, porque ela levou o universo da pesquisa para os estudantes de Pedagogia e incentivou muitos docentes. Foi Ana quem, naquele início, trouxe esse olhar e quem mostrou esse trabalho aos estudantes. A preocupação dela era inserir os estudantes no mundo da pesquisa. E tenho certeza que ela conseguiu, pelos relatos de seus orientandos e orientandas, alguns, hoje, docentes do Centro de Educação da Ufal. É importante a gente registrar toda essa contribuição.”