Estreante numa campanha eleitoral, o pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Sérgio Moro, se tornou alvo de desafios para debates cara a cara. E tem feito o mesmo com os rivais. O ex-juiz da Lava Jato foi provocado a debater a reforma do Judiciário pelos integrantes do grupo de advogados Prerrogativas e reagiu chamando para um confronto direto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “a qualquer hora, sobre mensalão e petrolão”.
Moro fez o desafio ao petista em publicação nesta sexta-feira, 14, em suas mídias sociais.
O desentendimento entre Moro e o Prerrogativas, autodenominado grupo de advogados “progressistas” e “antilavajatistas”, esquentou após o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo, declarar que o plano do candidato do Podemos de fazer mudanças no Judiciário causa “espanto”. Moro chamou o coletivo de “clube dos advogados pela impunidade” e de “advogados corruptos”.
Após esse comentário de Moro, integrantes do grupo mantiveram o desafio por meio de novas publicações em rede social, e o ex-juiz recusou, devolvendo o convite para debater com Lula.
O grupo Prerrogativas foi responsável por organizar um jantar em dezembro de 2021, no qual o ex-presidente Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin se encontraram pela primeira vez em público após a revelação de uma possível chapa com o ex-tucano. Após deixar o PSDB, Alckmin negocia sua filiação principalmente com o PSB e o Solidariedade.
Após lançar pré-candidatura pelo Podemos, Moro tem trocado farpas com o também pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT). Em dezembro de 2021, durante entrevista ao canal MyNews, Moro disse que não participaria de debates com Ciro sem que o adversário mudasse sua “postura ofensiva e agressiva”. Em live no canal do YouTube, Ciro respondeu o comentário: “Ele não quer debater comigo porque eu vou dizer que ele é um corrupto”, disse.
As cutucadas sobre o tema se estendem. O presidente Jair Bolsonaro (PL), que participou apenas de dois debates nas eleições de 2018, disse a apoiadores que Moro “não aguenta 10 segundos de debate”. Em resposta, o ex-juiz disse que Bolsonaro está com medo de não conseguir se reeleger e, portanto, fica “desviando o foco das pessoas” com ofensas.