Na tarde de ontem (11), a Polícia Civil entrou com os blindados, conhecidos como caveirões, na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, e derrubou o monumento inaugurado na sexta-feira (6) para homenagear os mortos na Operação Exceptis, ocorrida no dia 6 de maio do ano passado. O memorial consistia em uma parede com cerca de 1,7m de altura e 1,5m de largura, pintada de azul, onde foram fixadas placas com o nome dos 28 mortos, incluindo o policial André Leonardo de Mello Frias.
O monumento ficava em uma calçada, paralelo à rua, construída de forma a não impedir a circulação de pessoas nem de veículos. Em vídeos divulgados nas redes sociais, aparecem cerca de dez policiais, com coletes à prova de bala, retirando as placas com pés-de-cabra, e depois amarrando a construção com uma corda ao caveirão, que puxa a parede, que se quebra ao cair no chão.
Em nota, a Polícia Civil explicou a decisão de derrubar o monumento: “A Polícia Civil, por meio da 25ª DP (Engenho Novo) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), retirou, na tarde desta quarta-feira (11/05), o memorial ilegal construído em homenagem aos 27 traficantes mortos em confronto com a Polícia Civil durante operação na comunidade do Jacarezinho, ocorrida em 6 de maio de 2021. Durante a diligência também foi realizada perícia no local e no material apreendido formalmente”.
A polícia alega que os 27 mortos na operação tinham “passagem pela polícia” e “envolvimento comprovado com atividades criminosas” e que a construção não tinha autorização da prefeitura. Diz também que a viúva do policial não autorizou a inclusão do nome dele “junto com o nome dos traficantes”.