As férias estão chegando e muitas mulheres se preocupam com o fato de esta época coincidir com seus períodos menstruais. Mas a ginecologista Ilza Maria, da Sociedade Brasileira de Ginecologia, assegura que a menstruação não é impedimento para nada. Ao contrário: realizar atividades físicas, no geral, pode aliviar a dor.
A ginecologista diz que a melhor opção para quem vai menstruar nas férias – e quer entrar no mar ou na piscina – é o absorvente interno, a proteção mais comum e fácil de usar. O tamanho adequado varia de acordo com o fluxo menstrual. As mulheres que têm pouco sangramento podem usar um pequeno, já as que sangram mais podem optar pelo tamanho “max”. Além disso, o ideal é trocá-lo a cada seis ou oito horas no máximo.
Segundo a médica, o coletor menstrual também pode ser usado, mas é melhor para quem já tem esse hábito, pois exige um período de adaptação. O coletor é uma espécie de copo feito de silicone medicinal – não causa alergia – que pode ser colocado na vagina para armazenar o sangue. Ele é inserido na entrada do canal – diferentemente do absorvente interno – e pode ser usado por 12 horas seguidas. O material é reutilizável e pode durar até 10 anos.
Sobre o fato de algumas mulheres terem complicações para tirar o absorvente interno, a médica ressalta que “a maioria das mulheres ainda tem muito receio em manipular a própria vagina”, entretanto não há motivos para temer. Ela explica que alguns absorventes vêm com aplicador, que deve ser totalmente introduzido na vagina e, depois, é só empurrar o êmbolo e estará encaixado. O que vier sem aplicador deve ser colocado no fundo da vagina, assim o fio para tirá-lo já vai ficar para fora. O desconforto acontece quando o absorvente fica exteriorizado e comprime a uretra, isso pode gerar até dor para urinar. “O segredo é ficar bem encaixado no fundo da vagina. Além disso, o fio para tirar o absorvente é forte e não arrebenta”, garante.
A água quente alivia a cólica. Se a água do mar ou da piscina estiver quente, vai causar o relaxamento da parede uterina, assim, a mulher sentirá o alívio da cólica. “Mas é temporário, porque ao sair da água e se resfriar a dor volta”, explica a médica. Além disso, o fluxo menstrual tende a aumentar, pois a água quente dilata os vasos pélvicos. “Isso varia de uma pessoa para outra”, acrescenta. Ela afirma que a mudança de ambiente e de hábitos também interferem no fluxo. “Os hormônios e algumas substâncias produzidas pelo cérebro também mudam e isso pode justificar a diminuição de fluxo, o que não é perigoso. A alimentação e o consumo de álcool, que atuam no sistema hormonal, também influenciam”.
Beba bastante água e suco. A desidratação é o fator mais preocupante durante as férias e pode piorar a cólica, provocar enxaqueca, retenção de líquido e sensação de inchaço, segundo a ginecologista. “A maioria não se cuida. Ficam no sol, tomando bebidas alcoólicas e tudo isso desidrata. Se caprichar na hidratação, com sucos e água, não haverá problema”, ressalta.
Nade, mergulhe e se movimente. Fazer atividade física libera endorfina no corpo. O famoso hormônio do prazer tem efeito analgésico e diminui a dor, de modo geral. “Ou seja, não é porque está menstruada que tem que ficar parada num canto. Tome um analgésico, ponha um absorvente interno e aproveite o máximo que puder”, aconselha a ginecologista.
Você pode parar de menstruar nas férias, se não houver riscos. Interromper a menstruação é permitido, segundo a ginecologista. “Isso é uma tendência. Recomendamos as mulheres a tentar usar o anticoncepcional em ciclo estendido, no qual menstruam três vezes por ano, ou ciclo contínuo, quando ficam sem menstruar”, afirma Ilza Maria. No ciclo estendido, as mulheres tomam a pílula anticoncepcional por mais de 28 dias. Já no regime cíclico tradicional, elas tomam o contraceptivo por 21 dias, seguidos de uma semana de pausa, quando ocorre o sangramento. Mas quem quiser ficar sem menstruar nas férias, deve adotar o ciclo estendido ou ininterrupto com antecedência. “Quando a mulher começa a emendar é muito comum ter algum escape, que vai sumindo com o uso. Então, se vai à praia em dezembro, deveria começar a emendar as pílulas em março ou abril para o corpo se acostumar”, esclarece ,