A massagem é uma mecanoterapia que atua diretamente no sistema imunológico, revelou a pesquisa.
Mecanoterapia
A massagem não é meramente uma terapia para fazer as pessoas se sentirem melhor.
A massagem é uma “mecanoterapia” autêntica, que de fato melhora a cura após lesões graves, garantem cientistas da Universidade de Harvard (EUA).
Como cada massagista pode trabalhar de forma ligeiramente diferente, a equipe desenvolveu um sistema robótico especialmente projetado para fornecer aos músculos forças de compressão consistentes e ajustáveis, e controladas em termos de tempo.
“Muitas pessoas têm tentado estudar os efeitos benéficos da massagem e de outras mecanoterapias no corpo, mas até agora isso não tinha sido feito de forma sistemática e reproduzível. Nosso trabalho mostra uma conexão muito clara entre a estimulação mecânica e função imune,” justificou o pesquisador Bo Seo.
A aplicação da massagem de forma sistemática revelou que a aplicação da carga mecânica limpa rapidamente as células imunológicas chamadas neutrófilos do tecido muscular gravemente ferido.
A massagem também removeu citocinas inflamatórias liberadas pelos neutrófilos nos músculos, potencializando o processo de regeneração das fibras musculares.
“Ela é promissora para regenerar uma ampla variedade de tecidos, incluindo ossos, tendões, cabelo e pele, e também pode ser usado em pacientes com doenças que impedem o uso de intervenções baseadas em medicamentos,” confirmou Seo.
Massagem robotizada
Para conseguir chegar a essas conclusões consistentes, a equipe criou um pequeno aparelho que usa sensores e atuadores para monitorar e controlar a força aplicada durante a massagem.
“O dispositivo que criamos nos permite controlar com precisão parâmetros como a quantidade e frequência da força aplicada, permitindo uma abordagem muito mais sistemática para entender a cicatrização do tecido do que seria possível com uma abordagem manual,” ressaltou o professor Christopher Payne.
“Essas descobertas são notáveis porque indicam que podemos influenciar a função do sistema imunológico do corpo de uma forma não invasiva e sem drogas. Isso fornece uma grande motivação para o desenvolvimento de intervenções mecânicas externas para ajudar a acelerar e melhorar a cicatrização de músculos e tecidos que têm o potencial de serem rapidamente traduzidos para a clínica,” concluiu o professor Conor Walsh.