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Líderes que comandavam invasões de terra são presos acusados de tentar extorquir fazendeiros

Reprodução Jovem Pan

Brasil, Presidente Venceslau, SP. 29/09/2005. O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), José Rainha, no Pontal do Paranapanema, no assentamento Luiz Inácio da Silva, o Lulão, em uma das suas últimas aparições públicas antes de decretada sua prisão. - Crédito:AGLIBERTO LIMA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:35761

Líderes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha Júnior e Luciano de Lima, foram presos pela Polícia Civil de São Paulo na cidade de Mirante do Paranapanema, no sábado, 4. A dupla se tornou conhecida pela participação em movimentos sociais de luta por terra e reforma agrária.

Os ativistas foram acusados de extorquir produtores rurais para que membros do movimento não invadissem fazendas. “As diligências foram decorrentes de mandados de prisão preventiva, pedidos e autorizados pela Justiça, de líderes de movimento de invasão de terras que exigiam vantagens financeiras de, pelo menos, seis vítimas”, informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). Eles passaram por uma audiência de custódia e tiveram a prisão mantida pela força policial.

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Há duas semanas, a FNL deu início a um movimento intitulado “Carnaval Vermelho” e invadiu oito fazendas em Pontal e uma no Mato Grosso do Sul. Segundo a Frente, as terras haviam sido reconhecidas como públicas, contudo a Justiça concedeu liminar de reintegração de posse em favor dos proprietários.

O uso de violência por parte da dupla também é alvo de investigação da Polícia Civil. “As operações visam a apuração do ciclo de violência decorrentes de extorsões e dos disparos de arma de fogo, incluindo fuzil, o que colocou em risco número indeterminado de pessoas”, declarou a corporação em nota.

O secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, comemorou a ação das forças policiais em sua rede social. “Parabenizo os policiais envolvidos nessa missão, que contam também com o apoio da Polícia Militar para garantir a segurança em nosso Estado”, escreveu. Em resposta, a FNL emitiu uma nota pedindo a soltura das lideranças. “”Exigimos a liberdade imediata dos nossos companheiros, que têm o direito garantido pelo Estado Democrático de Direito de responder a qualquer acusação em liberdade. Não podemos tolerar que o Estado aja de maneira arbitrária contra quem luta”, afirmou o grupo.

Outros movimentos sociais também demonstraram apoio à dupla. “O FNDC vem a público se manifestar pela liberdade dos companheiros presos por lutar pela reforma agrária. A concentração de terras no Brasil é uma das maiores responsáveis pela fome no nosso país. A desigualdade no Brasil atinge níveis alarmantes, nos últimos anos parte da população foi obrigada a enfrentar filas para comprar ossos de animais. Defendemos o uso social da terra, o limite de propriedades e a produção de alimentos sem ônus de veneno. E não consideramos aceitável que seja considerado crime, lutar por um outro modelo agrário no Brasil”, declarou o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. “Lutar não é crime, seja por salário, emprego, terra ou liberdade. A FASUBRA é contra a criminalização dos movimentos sociais e defende que os companheiros possam responder em liberdade, denunciado esta ação do estado de São Paulo como uma prisão política, que não se sustenta juridicamente”, disse em nota a Federação de sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos em educação das instituições de ensino superior públicas do Brasil (Fasubra Sindical).

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