Ao me deparar com as pesquisas sobre autores e autoras do Nordeste, sempre que encontro alguém de Alagoas me sinto muito feliz. Primeiro por ter uma proximidade com minha origem, segundo por saber que mesmo com os baixos índices educacionais em nosso estado, ainda é possível potencializar a educação de nosso território, por meio do incentivo à leitura. E é no encontro com autores e autoras de nossa terra que crianças, adultos e jovens poderiam perceber a riqueza que é: ler, estudar e pesquisar.
A libertação do ser humano está nesse detalhe da construção de si por meio da educação. Lêdo Ivo é um exemplo de escritor para Alagoas, ele está imortalizado na Academia Brasileira de Letras. Infelizmente nos deixou em dezembro de 2012, quando faleceu no dia 23 em Sevilha na Espanha, aos 88 anos.
Lêdo Ivo nasceu em Maceió (1924) no dia 18 de fevereiro. Estudou na capital alagoana, em Recife e no Rio de Janeiro. Sua estreia na literatura ocorre em 1944, com a poesia “Imaginações”. Recebeu no ano de 1945 o Prêmio Olavo Bilac pela Academia Brasileira de Letras pela sua publicação Ode e Elegia. Lêdo Ivo tem uma vasta contribuição para a literatura no Brasil com obras de poesia, romance, conto, crônica e ensaio.
Essa vasta contribuição literária lhe rendeu prêmios nacionais e internacionais o que fez com que suas obras também fossem publicadas em outras línguas.
Prêmios Recebidos por Lêdo Ivo:
- Prêmio de Romance da Fundação Graça Aranha – recebido em 1947 em função da publicação de seu romance As alianças.
- Prêmio Carlos de Laet recebido pela Academia Brasileira de Letras em 1957 pela sua crônica “A cidade e os Dias.
- Prêmio de Memória da Fundação Cultural do Distrito Federal. Prêmio recebido em função da publicação de Confissões de um Poeta (1979)
- Prêmio de Poesia del Mundo Latino Victor Sandoval (México, 2008).
- Prêmio de Literatura Brasileira da Casa de las Américas (Cuba, 2009)
- Prêmio Rosalía de Castro, do PEN Clube da Galícia (Espanha, 2010).
Além desses prêmios apresentados Lêdo Ivo foi agraciado com tantos outros (você pode conferir no site da Academia Brasileira de Letras).
E no plano internacional segundo a Academia Brasileira de Letras Lêdo Ivo teve várias publicações traduzidas para o inglês, dinamarquês e espanhol.
“Seu romance Ninho de Cobras foi traduzido para o inglês, sob o título Snakes’ Nest, e em dinamarquês, sob o título Slangeboet. No México, saíram várias coletâneas de poemas seus, entre as quais La Imaginaria Ventana Abierta, Oda al Crepúsculo, Las Pistas, Las Islas Inacabadas, La Tierra Allende, Mía Patria Húmeda e Réquiem. Em Lima, foi editada uma antologia, Poemas; na Espanha sairam La Moneda Perdida e La Aldea de Sal; nos Estados Unidos, Landsend, antologia poética; na Holanda, a seleção de poemas Vleermuizen em blauw Krabben (Morcegos e goiamuns). No Chile, saiu a antologia Los Murciélagos. Na Venezuela, foi publicada a antologia El Sol de los Amantes. Na Itália foram publicados Illuminazioni e Réquiem”.
Apesar de Lêdo Ivo ter sido um jornalista e escritor de reconhecimento nacional e internacional, ele sempre valorizou sua terra, Alagoas. Segundo Fábio Lins Lessa, Lêdo Ivo sempre se reportou ao universo alagoano, como ele mesmo fala: “Na poesia “Minha pátria”, ele diz: “Minha pátria é a terra mole e peganhenta onde nasci e o vento que sopra em Maceió”.
Quando você for a Alagoas não deixe de conhecer um pouco de Lêdo Ivo. Lá na praia de Jatiúca tem uma estátua em sua homenagem. E no Museu Palácio Floriano Peixoto tem um memorial sobre o autor.
Visite o Nordeste! Visite Alagoas!