Uma nova pesquisa aponta que o chamado jejum intermitente, que envolve passar um determinado número de dias da semana ingerindo pouca ou nenhuma comida, pode não ser tão eficiente quanto se imagina para a perda de peso. Essas dietas têm chamado a atenção do grande público nos últimos tempos por, supostamente, apresentar resultados bem satisfatórios em curtos períodos de tempo, além de ser apoiada por celebridades e influenciadores digitais.
Contudo, dados levantados até o momento, em que especialistas compararam os dados do jejum intermitente com dietas mais “tradicionais”, que visam diminuir a ingestão de calorias ao longo de uma semana inteira, apontaram que os resultados que apoiam uma pretensa superioridade da não ingestão de alimentos são bastante limitados, ou seja, que a dieta não tem “nada de especial” ao ser comparada com as demais.
Os pesquisadores da Universidade de Bath, no Reino Unido, notaram durante o ensaio clínico de controle randomizado, que os voluntários que seguiram o jejum intermitente perderam até menos peso do que os que seguiram à risca dietas mais tradicionais. Segundo os pesquisadores, isso aconteceu mesmo quando a ingestão de calorias média no decorrer de uma semana foi igual.
Para organizar o ensaio clínico, os pesquisadores colocaram os participantes em três grupos distintos. O primeiro jejuou em um dia e no dia seguinte ingeriu 50% a mais de calorias do que o normal. O segundo reduziu as calorias em 25% em todas as suas refeições diárias. Enquanto o terceiro, jejuou igual ao primeiro, mas aumentando em 100% o consumo calórico nos dias seguintes aos de jejum.
Maiores perdas de peso
Ao longo do período de monitoramento, os pesquisadores perceberam que, enquanto o grupo que não jejuou perdeu, em média, 1,9 kg, o primeiro grupo perdeu uma média um pouco menor, de 1,6 kg, enquanto o terceiro não teve perda de peso considerada estatisticamente relevante.
“Muitas pessoas acreditam que dietas baseadas em jejum são especialmente eficazes para perda de peso ou que essas dietas têm benefícios metabólicos específicos para a saúde até mesmo se você não perder peso”, declarou o diretor do Centro de Nutrição, Exercício e Metabolismo da Universidade de Bath, James Betts, ao Medical Xpress.
“Mas o jejum intermitente não é uma fórmula mágica e as descobertas de nosso experimento sugerem que não há nada de especial no jejum quando comparado com dietas padrão mais tradicionais que as pessoas podem seguir”, prosseguiu o pesquisador, que disse que, além dos hábitos alimentares, é importante a realização de atividade física para a manutenção da massa muscular.