Com 361 mortes na China, uma nas Filipinas e 16 casos suspeitos no Brasil – até a manhã desta segunda-feira (3), o Coronavírus tem sido o assunto mais abordado nos veículos de comunicação, nas rodas de conversa e nas redes sociais. Mas, a infectologista Angélica Novaes, médica do Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde do Hospital Geral do Estado (HGE), recomenda cautela e diz que a população não deve entrar em pânico, principalmente quanto à divulgação de notícias falsas.
Isso porque, apenas as informações divulgadas pelo Ministério da Saúde (MS) devem ser utilizadas como fonte oficial, bastando para isso acessar o site http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/perguntas-e-respostas-novo-coronavirus e as notas técnicas divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Segundo a infectologista do HGE, nenhuma pessoa deve seguir nenhuma orientação disseminada por uma fonte que não seja oficial e muito menos propagar receitas e sugestões de como evitar a transmissão do Coronavírus.
Angélica Novaes diz que a transmissão da doença ocorre de pessoa a pessoa, exclusivamente, através da via respiratória, por secreções durante episódios de tosse, espirros e corizas, como ocorre com o vírus influenza. “As verificações estão sendo dirigidas no sentido de conhecer o comportamento e a transmissibilidade, entretanto, sabe-se que a transmissão ocorre quando existe contato muito próximo entre as pessoas”, explicou.
Sintomas – Segundo a especialista, as pessoas devem ficar atentas no que diz respeito aos sintomas. Além de tosse, febre e dificuldade para respirar, os casos mais graves e a maior mortalidade são naquelas com diminuição do sistema imunológico, como idosos e pessoas com doenças associadas, como diabetes e problemas cardiovasculares.
A infectologista lembrou que não há registro da doença no país e, conforme informado pelo Ministério da Saúde (MS), é considerado caso suspeito doentes com os sintomas citados, mas que viajaram para área com transmissão ativa do vírus nos últimos 14 dias antes do início deles ou que tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados.
Angélica Novaes explicou que o hospital referenciado pelo MS para o atendimento de possíveis casos em Alagoas é o Hospital Escola Dr. Hélvio Auto. “Entretanto existe a possibilidade das outras unidades de saúde, públicas ou privadas”, ressaltou.
De acordo com a médica, caso alguma unidade receba paciente que se enquadre nos casos de suspeita, o fluxo do atendimento tem início com o isolamento do paciente, imediato comunicado ao Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (Cievs), seguido pela realização dos exames laboratoriais.
Se o caso foi confirmado, a transferência será solicitada ao hospital referenciado pelo MS, que por sua vez manterá o paciente internado em isolamento e os sintomas serão tratados, como com auxílio de suporte respiratório para ajudar na respiração. Nos casos em que houver necessidade, atendendo as recomendações do OMS (Organização Mundial de Saúde), os profissionais de saúde deverão usar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para evitar o contágio.
“É importante lavar as mãos frequentemente ou higienizá-las com álcool em gel, além de cobrir nariz e boca ao tossir e/ou espirrar, utilizar lenços descartáveis para higiene nasal e não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e talheres”.
Com base em direcionamentos da OMS e seguindo as diretrizes do Protocolo do Ministério da Saúde, também é recomendado adotar hábitos saudáveis no dia a dia. “Um deles é ingerir bastante líquido e consumir alimentos bem cozidos”, salientou.