Participantes também relataram a frequência de sete comportamentos relacionados à impulsividade
Todos nós vez ou outra agimos por impulso, aparentemente alguns fazendo isso com mais frequência do que outros.
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Impulsividade pode não ser um comportamento imprevisível como se acreditava
Seja devido aos estudos científicos ou ao próprio senso comum, a impulsividade é tipicamente associada com “impulsos”, rompantes mais ou menos inesperados, ou principalmente imprevisíveis, que levam as pessoas a repentinamente agir de modo também tipicamente negativo.
Por exemplo, os psicólogos têm estudado a impulsividade como um traço de personalidade desde a década de 1930, associando a impulsividade a uma variedade de comportamentos prejudiciais, como a violência ou, mais recentemente, ao uso excessivo das redes sociais, bem como a transtornos mentais, como o transtorno bipolar e o transtorno por uso de substâncias.
Mas Yuqi Huang colegas do Instituto de Psicologia da Academia Chinesa de Ciências acreditam ter motivos suficientes para contestar totalmente essa visão, a começar pelo caráter “repentino” da impulsividade: Suas pesquisas mostram que, ao contrário disso, a impulsividade é um traço de personalidade estável, mensurável e predizível.
O estudo, um dos maiores já realizados nessa área, discorda da visão pessimista de que a investigação sobre a impulsividade está repleta de problemas, incluindo inconsistências na sua definição e falta de ferramentas de medição confiáveis.
Medição da impulsividade
Um total de 1.676 participantes completou 48 medidas de impulsividade, derivadas de 10 escalas de autorrelato e 10 tarefas comportamentais. Os participantes também relataram a frequência de sete comportamentos relacionados à impulsividade, como compras impulsivas e uso de mídias sociais.
Usando métodos psicométricos avançados, os pesquisadores encontraram um fator geral de impulsividade nesses dados em grande escala. Batizado de “Fator I”, ele é semelhante ao indicador “Fator g” na inteligência, representando o componente comum compartilhado por uma ampla gama de medidas de impulsividade.
Segundo os pesquisadores, o Fator I manteve-se estável ao longo do tempo – na verdade, ele foi a mais estável de todas as medidas em um intervalo de três meses – e mostrou-se útil na previsão de comportamentos relacionados à impulsividade, conforme evidenciado pela análise usando algoritmos de aprendizado de máquina.
Escala de Impulsividade
Com base nesses resultados, os pesquisadores desenvolveram uma nova escala, que eles chamaram de Escala de Impulsividade Ajustável (EIMA), para medir a impulsividade. A EIMA apresentou excelentes propriedades psicométricas e se mostrou bastante eficaz com apenas 10 itens de medição.
A descoberta do fator de impulsividade geral e o desenvolvimento de uma escala específica melhoram significativamente a conceituação e a medição da impulsividade e poderão permitir seu uso como um traço de personalidade em contextos clínicos e não clínicos, concluiu a equipe.
“Estes resultados mostram que a impulsividade é uma construção psicológica válida e útil para diferenciar as pessoas. Parafraseando Mark Twain, os relatos da morte da impulsividade podem ter sido muito exagerados, e esta construção ainda está muito viva,” disse o professor Shenghua Luan.