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HGE salva a vida de adolescente de 14 anos que teve Síndrome de Lyell

Thallysson Alves

A intervenção ágil e humanizada da equipe multidisciplinar do Hospital Geral do Estado (HGE) salvou a vida da adolescente Maria Daniela Soares, de 14 anos de idade, que chegou à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGE, no último dia 3, diagnosticada com a Síndrome de Lyell, que é uma reação adversa grave e rara que atinge predominantemente pele e mucosas. Depois de receber assistência e aparato técnico necessários, a jovem foi curada, recebeu alta médica na última segunda-feira (21) e voltou para casa, no Vale do Paraíba, no município de Viçosa.

Para o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, o caso da Maria Daniela Soares comprova a eficiência do HGE, que é o maior hospital público de Alagoas, especializado na assistência de emergência e de alta complexidade. “A história de superação da estudante e dos profissionais do HGE é apenas uma das tantas que ocorrem diariamente e que comprovam o alto nível de resolutividade e eficiência da maior unidade hospitalar do Estado. Um hospital dotado dos melhores profissionais de saúde, com experiência comprovada em quadros clínicos gravíssimos, a exemplo da Síndrome de Lyell, muito pouco conhecida de grande parte da população e, inclusive, de vários profissionais de saúde”, disse Gustavo Pontes de Miranda.

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Segundo os pais de Daniela, a adolescente sempre se mostrou saudável e raramente precisou ir para uma unidade de emergência. Entretanto, essa história teve uma reviravolta no último dia 25 de outubro, quando desenvolveu a Síndrome de Lyell. “Eu percebi um inchaço na minha boca, então fui para a UPA [Unidade de Pronto Atendimento] da minha cidade e voltei para casa medicada. No outro dia piorei. Voltei com meus lábios saindo bolhas, sangue. Depois de um tempo começou a espalhar pelo corpo. Fiquei muito nervosa. Não sabia o que estava acontecendo. Sentia muita dor e ninguém conseguia me fazer melhorar”, lembra Daniela, que cursa o nono ano do Ensino Fundamental.

Nesse período, Daniela iniciou uma peregrinação por várias unidades de saúde. Seu pai, o servidor público Marcelo Soares da Silva, de 36 anos, recorda que ninguém conseguia descobrir a causa de tanta erupção cutânea e as medicações não faziam efeito. Até que ela chegou à UTI do HGE, no último dia 3 de novembro, e recebeu os cuidados da equipe multidisciplinar. “Quando a vimos, ficamos muito preocupados e sensíveis à situação. Buscamos nos doar ao máximo para, pelo menos, aliviar tantos desconfortos causados pelas feridas que tomavam todo o corpo dela. Acionamos o Serviço de Atenção a Feridas, que teve um desempenho espetacular e fez toda a diferença no tratamento. Redobramos ainda mais os nossos cuidados para evitar o risco de infecção e nos aprofundamos no caso, que merecia uma atenção especial”, relatou a enfermeira Michelle Silveira.

A presença do pai de Daniela durante o tratamento foi um importante estímulo à recuperação da paciente

Quadro gravíssimo
Emocionada, Daniela compartilhou que nesse período já não sentia esperança de que iria continuar viva. “Eu sentia tudo e nada ao mesmo tempo. Não enxergava e nem falava. Eu estava consciente, ouvia muitas vozes, mas era uma situação que me deixou muito confusa. Entre as vozes que eu lembro estão as das enfermeiras Rosário [Albuquerque] e Tatiana [dos Santos]. Foram as que mais cuidaram de mim, que me transmitiam segurança. Elas dialogavam e me mantinham calma, me ajudavam de todas as formas”, recorda a paciente.

Ao passar dos dias, com o envolvimento de vários profissionais, o quadro de saúde foi melhorando e os sangramentos começaram a diminuir. O médico cardiologista-intensivista Adoniran Rodrigues Farias explica que a menor desenvolveu a Síndrome de Lyell. Ainda não se sabe qual a substância que motivou o desenvolvimento da doença, mas a investigação já foi iniciada e será continuada pelos serviços de saúde do município de origem.

“Foi um quadro infeccioso muito grande, grave, que poderia gerar mais complicações caso não recebesse o devido tratamento. Foi preciso mudar a forma de alimentação da adolescente, com a administração da dieta parenteral, pois ela não conseguia ingerir os alimentos pela boca. A disponibilidade dos antibióticos foi muito importante para a reversão dos sangramentos. A forma de tratamento que adotamos foi semelhante à de um grande queimado, com atenção aos mínimos detalhes”, detalhou o médico.

Quando esteve internada, Daniela teve acompanhamento e atenção da assistente social Ariane Mota, que permitiu que o seu pai estivesse com ela na UTI. “O meu pai me passou muita esperança, a que eu não sentia mais. Ele sempre me deu as palavras que eu precisava para acreditar nessa alta médica. Ele segurava a minha mão e me transmitia força. Sempre ao meu lado. Isso foi muito importante. Sou muito grata a todos os profissionais do HGE que se permitiram ser um canal para o meu milagre”, declarou a estudante, que não vê a hora de matar a saudade de sua família e dos amigos da cidade, uma vez que todos mantiveram uma corrente de oração.

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