Periódico estatal reclama da promessa de transferir embaixada brasileira em Israel
O jornal estatal “Granma”, porta-voz do Partido Comunista Cubano desde a revolução liderada por Fidel Castro, comentou o rompimento do país com o Brasil por conta do programa Mais Médicos.
Os cubanos criticaram as posições do presidente eleito Jair Bolsonaro como um “perigo que se aproxima”. No artigo assinado pela jornalista Daina Caballero, o “Granma” mirou os projetos anunciados pelo presidente eleito na política externa, comparando-o com Donald Trump.
“A política externa de Bolsonaro será um tema para ser acompanhado. Durante a campanha eleitoral, o político falou em proibir o ‘viés ideológico’ na diplomacia e até em sair da ONU”, lembra o jornal.
“Sem dúvida, outra maneira de seguir os passos do senhor do norte. Ele tem a intenção de imitar os movimentos que vem utilizando os Estados Unidos com a administração Trump”, provocou.
Para o Granma, a promessa de transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém e o fim do acordo que mantinha 11 mil médicos cubanos atuando no Brasil são reprováveis. Também lembrou as declarações polêmicas do então deputado federal sobre imigrantes, classificando-as de discurso “xenófobo e discriminatório”.
Embora acredite que Bolsonaro “afundará o país”, ao anunciar que pretende romper relações com Venezuela e Cuba, o jornal reconhece que a nova política externa brasileira impactará todo o continente. Finalizou dizendo que a postura do presidente eleito, a partir do ano que vem, fará “o gigante sul-americano [Brasil] enfrentar toda a América Latina”.