Apontado como principal causador de cegueiras irreversíveis, o glaucoma é um mal silencioso que pode afetar até 2,5 milhões de pessoas com mais de 40 anos de idade no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira do Glaucoma (SBG).
O que é preocupante é que 70% dessas pessoas não sabem que podem ter a doença, que pode ser definida como uma elevação da pressão intraocular que danifica o nervo óptico.
“Dispomos dos melhores diagnósticos e tratamentos do mundo no Brasil. A dificuldade que a gente tem é que o paciente com o glaucoma chegue até nós. O glaucoma não dói e, na maioria das vezes, não tem nenhum sintoma. O defeito que o glaucoma causa começa na periferia visual para depois ir para o centro, então, o paciente não percebe que está perdendo a visão. Quando ele percebe que tem alguma coisa errada, até 60% do nervo óptico já foi destruído,” disse o oftalmologista Roberto Galvão Filho, presidente da SBG.
Para tentar minimizar o problema do subdiagnóstico, a entidade está elaborando uma proposta de tratamento para ser encaminhada às secretarias de saúde estaduais e ao governo federal.
“Vai ter região do país em que é mais eficiente o tratamento com colírio. Vai ter região em que é melhor o tratamento com laser. E vai ter região em que são os dois,” disse Roberto.
Fatores de risco para o glaucoma
O principal fator de risco para o glaucoma é haver histórico da doença na família.
A seguir, a doença é mais incidente em pessoas negras e afrodescendentes, pessoas com diabetes e hipertensão, com miopia, e usuários de remédios à base de corticoides.
Os tratamentos do glaucoma em fase inicial, com colírio ou laser, têm por objetivo baixar a pressão no olho e mantê-la sob controle. Quando a doença está mais avançada, muitas vezes é preciso uma intervenção cirúrgica para baixar a pressão de forma mais abrupta.
“A maioria dos pacientes com glaucoma são idosos, embora possa aparecer em qualquer idade, desde bebês. Ele começa a ser mais comum a partir dos 40, e tem seu pico de incidência entre os 60 e 70 anos,” disse Roberto.