Fique em casa, se isole, não abrace, não beije; alguém está doente, várias pessoas morreram, não tem vacina, chegaram às contas, acabou o dinheiro, talvez fique desempregado, está acabando a comida no armário. É mais ou menos esse o bombardeio de preocupações que tem gerado tensão na vida de cidadãos de todo mundo durante a pandemia de Covid-19. Em Alagoas isso não é diferente, mas a psicóloga do Hospital Geral do Estado (HGE), Cintia Maria, recomenda fugir da ansiedade.
“É preciso manter em mente que tudo isso irá passar, que pode até demorar mais tempo do que a gente gostaria, mas vai acabar. Não é bom negar a gravidade da pandemia, porque isso gera um autoengano. Como também não é bom acessar excessivamente as informações que chegam através dos meios de comunicação. Uma boa alternativa é reorganizar a rotina, pensar em horários para fazer cada coisa, meditar, rezar, cuidar da higiene, manter salubridade corporal, ler e, se precisar de um profissional, procurar o psicólogo para um atendimento virtual”, aclarou a psicóloga.
A funcionária pública Cícera Pereira, de 62 anos, é acostumada a uma vida ativa, dividida principalmente entre trabalho, Igreja e cuidado com a casa e filhos. Para ela, ficar em casa tem sido muito difícil. E mesmo com tantas incertezas sobre os próximos dias, ela tem procurado encontrar alternativas que protejam a saúde física e mental da família.
“Tenho arrumado meu apartamento, ocupado meu tempo lendo a Bíblia, rezando; às vezes estou assistindo TV, outros momentos vendo as mídias sociais. Quando tudo cansa, vou dormir. Assim tenho seguido minha rotina, tentando desconsiderar as informações de fontes duvidosas, repassando mensagens religiosas a minha família e amigos”, partilhou Cícera.
A psicóloga recomenda aos que cumprem o isolamento domiciliar que busquem atividades produtivas, como: pintura, jardinagem, jogos de mesa, cursos on line e dar atenção ao animal doméstico (quando existe). Ela também reforça que a leitura é a melhor opção para o momento, pois tem o poder de levar o leitor a outros lugares através da imaginação, o que faz o tempo passar rapidamente.
“Também é interessante assistir filmes, séries e outras produções que antes não era possível por falta de tempo. Buscar se comunicar com os entes queridos através de chamada de vídeo, podendo ser mais de um ao mesmo tempo. Essas opções animam, entretêm e podem aliviar a tensão, desde que os conteúdos sigam por caminhos positivos, divertidos e motivadores”, acrescentou Cíntia.
Para as crianças, o recomendável ao adulto é aproveitar esse tempo para estar mais perto: conversar, brincar; incluir nas atividades domésticas leves (como arrumar a cama e guardar brinquedos); contar histórias; observar a alimentação, o que assistem, como dormem e o que veem na Internet. Também é importante explicar, sem assustar, o momento delicado que o mundo está vivendo com a pandemia do novo Coronavírus, caso perguntem.
“Nós, idosos, queremos proteção; não o isolamento, o abandono. O que nós esperamos é o cuidado, a atenção; não o afastamento presencial, de informações e de sentimento. Queremos nos sentir amados; se possível, solidários e incluídos nas programações. Pois tudo isso irá passar, nossas vidas irão seguir e todos nós precisamos estar com os elos mais fortalecidos”, concluiu a mãe.