Fenômeno sobrenatural surgia para comadres e compadres envolvidos em casos amorosos
Entre as histórias mais curiosas da cultura popular de São Miguel dos Campos, uma das que mais desperta a imaginação é a lenda do fogo corredor, contada há décadas pelos antigos moradores da Companhia de Fiação e Tecidos São Miguel, conhecida também como Fábrica de Tecidos Sebastião Ferreira – onde hoje está localizada a extinta Usina Roçadinho.
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Fogo Corredor: a chama que perseguia amores proibidos em São Miguel dos Campos
Segundo relatos, o fogo corredor era um fenômeno sobrenatural que surgia principalmente para comadres e compadres envolvidos em casos amorosos proibidos.
O ponto mais comum de aparição era o ‘Alto do Macaco’, uma elevação próxima à Fazenda Poço, que a época pertencia à família de Manuel Vila Nova, dona daquelas terras.
De acordo com a tradição oral, quem avistava o fogo corredor era tomado por uma mistura de curiosidade e medo.
Muitos se sentiam atraídos por aquela chama misteriosa, mas ao se aproximar, eram dominados pelo pavor de serem queimados. O mais intrigante era o comportamento da luz: quanto mais rápido as pessoas corriam, mais o fogo parecia persegui-las.
Essa lenda atravessou gerações e permanece viva na memória da cidade como um símbolo da cultura popular miguelense, lembrando as antigas crenças que explicavam os mistérios da noite e reforçavam valores sociais, especialmente contra as relações consideradas inadequadas.
O fogo corredor, mais do que um simples mito, é parte da identidade cultural de São Miguel dos Campos, mostrando como o imaginário popular transforma medos, curiosidades e ensinamentos em histórias que resistem ao tempo, destaca o poeta Ernande Bezerra, ao resgatar o mito.
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