“A poesia é fundamental para as pessoas porque elas vivem uma vida alucinada em que todo valor é banalizado”, Ferreira Gullar.
Eu queria poder falar de todas os homens e mulheres que deixaram algum legado para a Região Nordeste e para o Brasil. Gostaria que todas as pessoas pudessem reconhecer o potencial de homens e mulheres que escrevem, que dedicam seu tempo para expressar através dos poemas, da música, da arte e do teatro suas emoções e suas visões do mundo em que vive.
O poder da escrita transcende a existência humana, pois a vida é transitória e a escrita é permanente, ela tem registrado a história de homens e mulheres ao longo do tempo. Seus registros marcam grandes nomes da literatura, da música e das artes. Assim, foi com Ferreira Gullar, pseudônimo usado por José Ribamar Ferreira. Foi através da escrita de seu pseudônimo que Ferreira Gullar, assim ficou conhecido.
Considerado um dos maiores autores brasileiros do século 20, ele foi poeta, escritor, tradutor e teatrólogo. Teve seus trabalhos reconhecidos também em composições de grandes músicos como: Paulinho da Viola; Raimundo Fagner; Maria Bethânia; Caetano Veloso; Marisa Monte; Adriana Calcanhotto e Villa-Lobos.
Nascido no Maranhão em 1930, teve seu primeiro livro publicado em 1949 intitulado: “Um pouco acima do chão”. Assim, como tantos outros escritores, Ferreira Gullar foi preso e exilado na ditadura militar no Brasil em 1964, pois seus textos tinham bastante conotação política.
Em função de seu exílio Ferreira Gullar teve oportunidade de viver em Moscou, Santiago, Lima, Buenos Aires. Mesmo em exílio, o autor escreveu um dos seus poemas mais famosos, com quase 100 páginas e que foi traduzido em 25 países. O “Poema Sujo”. Para Gullar o poema foi “como um testemunho final, antes que o calassem para sempre”.
Voltou para o Brasil em 1977, após seis anos exilado. Segundo o site revista bula, “no ano de 1980 o autor publicou “Na Vertigem do Dia” e “Toda Poesia”, que reunia toda sua produção poética até então”. É através da escrita que encontramos a sensibilidade de Gullar em perceber suas críticas da realidade política e social do país.
O autor foi ousado, pois foi um dos fundadores do concretismo e neoconcretismo[1] do Brasil. Também é lembrado por acumular prêmios como: Prêmio Molière (1966); Prêmio Saci (1966); Prêmio Jabuti (2007, 2011); Prêmio Camões (2010).
De 1992 a 1995 foi diretor da Funarte, e no ano de 2014 é eleito pela Academia Brasileira de Letras e em 2016, em 4 de dezembro no auge dos seus 86 anos, Gullar nos deixou e se eternizou através das suas palavras.
Ferreira Gullar permanece vivo entre nós.