Empresário oferece R$ 10 bilhões pelo controle da Braskem

Por: Correio 24 Horas  Data: 12/06/2023 às 06:01

Uma nova proposta de compra do controle da Braskem está no páreo. A oferta é da Unipar, maior produtora de cloro e soda cáustica da América do Sul, que publicou fato relevante no último sábado (10) sobre a operação para a aquisição indireta das ações da petroquímica baiana. A empresa de Frank Geyer Abubakir, carioca radicado em Salvador, propõe o pagamento parcial das dívidas bancárias da Braskem e uma renegociação do restante.

A proposta já foi apresentada à família Odebrecht (da Novonor, antiga Odebrecht, sócia majoritária da Braskem) e aos bancos. O próximo passo é receber – ou não – um aceite formal de ambos. Isso deve ocorrer, segundo apurou a reportagem, até a próxima quarta-feira (14).  A Novonor, na proposta apresentada pela Unipar, poderá manter uma fatia minoritária indireta na petroquímica. 

O que a Unipar propõe é realizar uma oferta pública de aquisição das ações detidas por sócios minoritários e, “no momento adequado”, acrescentou a empresa em nota, negociar a participação da Petrobras na operação, “buscando um formato satisfatório para todas as partes envolvidas”.

A estatal controla 36,1% das ações da Braskem e a Novonor 38,3%. As ações que a Novonor possui na Braskem foram dadas em garantia a dívidas de quase R$ 15 bilhões junto a cinco bancos – três privados e dois públicos. “A proposta de aquisição da Braskem está consistente e aderente com o direcionamento estratégico comunicado ao mercado”, explica Maurício Russomano, CEO da Unipar.

Com a oferta presentada no último sábado, a Unipar vai disputar o controle da Braskem com o consórcio formado por Apollo (norte-americana) e Adnoc (dos Emirados Árabes). “Eu não sou um fundo que vai comprar para especular. Terei uma visão de longo prazo”, afirmou Frank Geyer Abubakir sobre os diferenciais da proposta da Unipar, criada em 1969, por seu avô, Paulo Geyer. 

Em fevereiro deste ano, os bancos credores da Novonor haviam estendido o prazo para que a empresa baiana vendesse sua parte na petroquímica.  “Temos uma postura de composição que resulta de mais de um ano de estudos e considerações, até chegarmos ao formato atual, que representa a melhor alternativa em um cenário com tantos stakeholders. Agora, passaremos à fase de discussão com todos os envolvidos, como é esperado em uma operação desse porte”, explicou Bruno Uchino, presidente do Conselho da Unipar, por nota.