De acordo com a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), a indústria da construção empregava 16.726 pessoas em Alagoas em 2019, representando uma quantidade quase 40% menor em relação aos 27.837 trabalhadores estimados em 2010. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e levam em consideração as empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas.
O resultado no estado alagoano ficou levemente acima da queda de 36,5% registrada no mesmo período para o Nordeste. Entre os estados da região, Maranhão (53%), Pernambuco (51%) e Sergipe (43%) sofreram quedas maiores que Alagoas. Rio Grande do Norte (33%), Piauí (31%), Bahia (30%), Ceará (28%) e Paraíba (15%) ficaram abaixo.
A PAIC retrata as características estruturais do segmento empresarial da atividade da construção no país, abrangendo três segmentos: construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados para construção.
As informações são utilizadas para a análise e o planejamento econômico das empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo.
Na edição de 2019, a PAIC priorizou a comparação entre os resultados dos dois pontos extremos de uma série de 10 anos (2010 e 2019), a fim de identificar mudanças estruturais.
Alagoas tem a maior queda do Nordeste no número de empresas atuantes
A pesquisa também investigou o número de empresas atuantes nas unidades da Federação. Nesse indicador, Alagoas saiu de 383 empresas em 2010 para 354 em 2019, o que representou uma queda de 7,58% e o maior recuo do Nordeste nesse indicador. Na região, somente Sergipe também perdeu empresas no mesmo período (355 para 338).
A queda no número de empresas atuantes em Alagoas contrastou com os aumentos de 33,5% 30,5% observados para o Nordeste e Brasil, respectivamente.
No Brasil, serviços especializados aumentam participação no setor da construção entre 2010 e 2019
No Brasil, a indústria da construção gerou R$ 288,0 bilhões em valor de incorporações, obras e/ou serviços em 2019, sendo R$ 273,8 em obras e/ou serviços (95,1%) e R$ 14,2 bilhões em incorporações (4,9%). Entre 2010 e 2019, a PAIC mostrou a perda de participação das obras de infraestrutura no valor gerado pelo setor: de 44,1% para 32,2%. Já construção de edifícios avançou de 39,1% para 44,2% no período, assumindo o primeiro lugar no ranking. Mas a maior alta foi de serviços especializados para construção: de 16,8% para 23,6%.
“Os serviços especializados para construção são contratados pelas grandes empresas de obras a exemplo de demolição e preparação do terreno, instalações elétricas e hidráulicas, pintura e obras de acabamento. Isso demonstra uma mudança estrutural com redução da verticalização das grandes construtoras e maior especialização”, explica o analista da pesquisa, Marcelo Miranda, analisando o panorama nacional.