Presidente eleito não vê problemas em professores serem gravados nas salas de aula
Na tarde desta segunda-feira (5), ao programa “Brasil Urgente” da TV Band, o presidente eleito Jair Bolsonaro comentou a “doutrinação exacerbada” nas escolas do país, chamando atenção para a polêmica das questões do Enem 2018.
O futuro mandatário disse a José Luiz Datana que “é um vexame ver o que cai na prova do Enem” e defende que seja cobrado em futuras edições do processo seletivo material “que tenham a ver com a cultura do Brasil”.
“Não tenho implicância com LGBT, mas uma questão de prova que entra na linguagem secreta de gays e travestis não mede conhecimento nenhum. Temos que fazer com que o Enem cobre conhecimentos úteis para a sociedade”, destacou.
Ele negou que pretenda acabar com o Enem, algo do que foi acusado durante a campanha. Contudo, deixou claro que, em seu governo, a prova não irá “ficar divagando sobre questões menores”.
“Ninguém aqui quer acabar com o Enem, mas temos que cobrar o que realmente tem a ver com a história e cultura do Brasil, não com uma questão específica dos LGBT. Parece que há uma supervalorização de quem nasceu assim”, pontua.
Comentou ainda sobre a proposta de uma deputada eleita pelo seu partido para que professores sejam filmados em sala de aula. Ana Caroline Campagnolo, deputada estadual eleita pelo PSL em Santa Catarina, tentou promover um “canal de denúncias” para os alunos que evidenciariam casos flagrantes de doutrinação em sala de aula.
O caso teve grande repercussão e a Justiça mandou Campagnolo retirar das redes sociais publicações que incitavam alunos fazerem este tipo de gravação. Opositores já falavam em cassar o mandato da jovem mesmo antes da posse.
Bolsonaro acredita que não deveria haver motivos para tantas críticas. “Professor tem que se orgulhar e não ficar preocupado. Mau professor é o que se preocupa com isso aí”, acredita.