O amor é universal, sem distinção, sem explicação. Ele caminha na linha da bondade, do auxílio, da compreensão, da doação, da animação, do cuidado. É um sentimento intenso, por vezes complicado, podendo vibrar medos, ou estimular coragens inimagináveis. Mãe, pai, irmã, irmão, avó, avô, tia, tio, sobrinho… Todos sabem o valor imensurável de nos sentirmos amados, e muitas vezes é somente isso o que enfermos precisam.
O Hospital Geral do Estado (HGE) é o principal de Alagoas, especializado em urgência e emergência, referência em várias linhas de cuidados de alta complexidade. Seu poder assistencial é tão grande quanto a qualidade das suas equipes, empenhadas a salvar vidas, dia e noite. Histórias chegam todos os dias, maioria crendo na recuperação da saúde. Grande parte alcança a superação e seguem sendo escritas e servindo de testemunhos de amor.
Como a vida de Manoel Messias da Silva, de 51 anos. Ele é pai da carinhosa Luna Rafaela Bras da Silva, de 12 anos, que precisou ser levada à emergência devido ao quadro avançado de apendicite. Após mais de 20 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica, em consequência de complicações, finalmente o sorriso voltou para o rostinho de Luna na enfermaria, mas, essa nova etapa, trouxe a necessidade de escolhas.
“Eu sou casado com a mãe dela e temos três filhos. Quando Luna começou com os sintomas da doença, fiquei desesperado sem saber o que estava acontecendo. Nós moramos em Ibateguara, na terceira ida ao hospital de lá, o médico decidiu transferir para o HGE, que fez vários exames e concluiu que a inflamação havia se estendido. Foram momentos de muita tensão, mas, eu acreditava que ela iria melhorar”, disse Manoel.
No momento, o pai de família está desempregado, sustentando a família com serviços que surgem onde são abertas oportunidades. Apesar disso, ao ver que ninguém poderia acompanhar Luna no hospital, e que sua esposa precisava cuidar dos outros filhos, ele decidiu deixar tudo de lado e ficar junto da filha. Pediu dinheiro emprestado a mãe, amigos, colegas e espera poder pagar todos após a volta para casa.
“A minha prioridade é minha filha. Meu presente é saber que, neste Dia dos Pais, mesmo no hospital, eu poderei abraçá-la, dizer que a amo, planejar o que podemos fazer quando chegar em casa, entre outras coisas. Isso é muito, eu sei que muitos pais e filhos não tiveram essa chance e eu quero honrar essa graça que nos foi concedida”, afirmou Manoel com muita alegria.
Essa oportunidade é uma expectativa que Joais Pereira Pacheco, de 39 anos, está pedindo com muita fé nos últimos dias. Seu pai, Israel Pacheco, de 71 anos, está internado na Área Amarela, em decorrência do agravamento do Mal de Parkinson e problemas respiratórios. Devido ao quadro sensível da saúde, a alta médica não está prevista, tampouco a eliminação do risco do falecimento.
“Ele é pai de 11 filhos, todos com a minha mãe. É um exemplo de entrega, de doação pela família. Trabalhou muito por todos nós. Meu pai é tudo para mim! Foram muitos anos como vigilante, enfrentou muitos desgastes físicos quando trabalhou em usina de açúcar. Descuidou da própria saúde várias vezes, por priorizar o dinheiro que precisava levar para casa. Não seríamos nada sem o amor incondicional que ele nos deu”, partilhou Joais, que de tão aflito, praticamente está vivendo nos arredores do HGE.
Como eles, outros pais e filhos também estão enfrentando momentos tensos, ou carregados pela dor da perda. Manoel e Joais afirmam que, confiar que tudo ficará bem, é muito importante no enfrentamento da hospitalização. Eles seguem as suas vidas movidos pelo amor que sentem pelo familiar enfermo, ajudam no tratamento, demonstrando o tamanho do amor que nutrem e aconselham todos os pais e filhos a jamais destruírem o elo divino que os unem.