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Debandada? Após apoiarem eleição de Lula, pais do real ensaiam ‘pular do barco’ 18 dias depois da eleição

Reprodução

Três economistas chamados de ‘pais do Real’, por terem participado da elaboração do plano que deu origem à atual moeda brasileira — Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda; Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central; e Edmar Bacha, ex-presidente do BNDES —, divulgaram na quinta-feira, 17, uma carta aberta no jornal Folha de S.Paulo em que manifestam suas preocupações e alertas sobre os recentes posicionamentos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito das diretrizes econômicas do futuro governo.

O trio afirma que também compartilha da mesma “preocupação social” petista, mas ressalta que é preciso cuidado para não criar “problemas maiores” à população de baixa renda. “Acredite que compartilhamos de suas preocupações sociais e civilizatórias, a sua razão de viver. Não dá para conviver com tanta pobreza, desigualdade e fome aqui no Brasil. O desafio é tomar providências que não criem problemas maiores do que os que queremos resolver”, diz parte do documento.

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Fraga, Malan e Bacha reafirmam que “responsabilidade fiscal não é obstáculo” para que o governo federal consiga prover uma distribuição de renda aos necessitados. “Não é uma conspiração para desmontar a área social”, consideram.

Os economistas também questionam se o histórico de disciplina fiscal de Lula – sempre relemrbado pelo petista em suas falas – basta para a condução de seu terceiro mandato e a conclusão é de que a garantia oral nao é o suficiente. “Desculpe-nos a franqueza. Como o senhor sabe, apoiamos a sua eleição e torcemos por um Brasil melhor e mais justo”, concluem.

A manifestação de parte dos pais do Real – já que os outros dois integrantes, Persio Arida e André Lara Resende são membros da equipe de transição -, ocorre horas após Lula minimizar a importância das oscilações de mercado, as cotações da moeda norte-americana e a Porposta de Emenda à Constituição que prevê um gasto de R$175 bilhões fora do teto de gastos com prazo indeterminado.

“Se eu falar isso [da importância da aprovação da PEC da Transição] vai cair a bolsa, vai aumentar o dólar. Paciência. Porque o dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas é por conta dos especuladores que vivem especulando todo santo dia”, afirmou o presidente eleito.

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