Pesquisadores reconhecem que essa técnica pode salvar vidas em casos de feridas graves
Em mais uma prova de que a tecnologia abre espaço para inovações na área da saúde, médicos da University of Arizona in Tucson e engenheiros da Stanford School of Engineering se uniram para desenvolver um curativo inteligente que permite monitorar feridas remotamente. O estudo, que vem sendo aprimorado desde 2022, agora já se encontra na fase de testes em humanos.
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Curativo inteligente permite monitorar feridas remotamente
Os criadores do curativo esperam que os testes sejam concluídos daqui um ano e meio, e já têm em vista um objetivo: solicitar a aprovação da Food and Drug Administration (FDA, órgão dos EUA que avalia a segurança de medicamentos e tudo o que pode ter algum tipo de impacto na saúde das pessoas, como se fosse a “Anvisa dos EUA”).
Além do monitoramento remoto, esse curativo smart promete acelerar a cicatrização com o uso de eletricidade. Os pesquisadores reconhecem que essa técnica pode salvar vidas em casos de feridas graves — inclusive tratadas enquanto a pessoa repousa em casa.
Mas o objetivo final do projeto é ambicioso: a longo prazo (ainda não se sabe quando, e nem se), o curativo inteligente deve ser capaz de curar a ferida sem precisar sequer do envolvimento de um médico.
É um projeto atualmente alimentado por financiamento. Estamos falando de mais de US$ 1,8 milhão (para se ter uma noção, cerca de R$ 9,6 milhões) de investimento por parte do Instituto de Medicina Regenerativa das Forças Armadas, já que o curativo inteligente deve começar não como algo que se compra na farmácia, mas sim como um item especial utilizado para detectar e tratar infecções em soldados feridos no campo de batalha.
Como funciona o curativo inteligente
O curativo usa estimulação elétrica e biossensores para ajudar a aumentar o fluxo sanguíneo no tecido lesionado, fechar feridas mais rapidamente e reduzir infecções.
Ele trabalha com uma fina camada elétrica que contém sensores, um estimulador elétrico e circuitos sem fio para alimentar os componentes eletrônicos e fornecer transmissão de dados por Bluetooth.
Por baixo de tudo há uma camada de hidrogel, uma substância semelhante à pele que adere à ferida.
Ao mesmo tempo, todos esses componentes trabalham juntos para medir o processo de cicatrização da ferida, para assim aumentar os estímulos elétricos se a ferida infeccionar ou cicatrizar muito lentamente.
Curativo smart: uma aposta da medicina
Paralelamente, outros profissionais desenvolvem as próprias versões de um curativo smart, que de modo geral, tem sido uma representação dos novos passos da medicina.
É o caso da University of Pennsylvania, que conduz a pesquisa de um curativo que também promete transmitir os sinais da ferida em tempo real ao médico, para que ele seja alertado se houver algo errado. O foco é que, no futuro, o curativo possa enviar relatórios por meio de um app.
Cientistas do MIT atualmente se concentram em um adesivo que administra medicamentos através da pele, enquanto a The University of Hong Kong se dedica em aprimorar um adesivo combinado a ultrassom para tratar acne.
Por enquanto, muitas das invenções estão em fase inicial. Enquanto algumas estão em testes em animais ou humanos, outras ainda sequer saíram do laboratório. Todas ainda se veem longe do mercado, mas é importante desde já ficar de olho nesse tipo de curativo inteligente e seu potencial de levar a medicina a outro nível.