A casa onde morava Enzo Gabriel Correa desabou após um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas
Uma criança de 1 ano e 11 meses morreu soterrada na madrugada nesta quinta-feira (10) no morro do Feijão, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. A casa onde morava Enzo Gabriel Correa desabou após um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas que atingiram a cidade.
Outras três casas desabaram parcialmente e, no total, nove foram interditadas pela verificação de risco estrutural. Segundo a Defesa Civil municipal, o imóvel onde morava o menino era uma casa de palafita construída em cima de um maciço.
O órgão também informou que Enzo ficou soterrado por cerca de 40 minutos e que foi resgatado sem vida. Dois adultos e outra criança também foram soterrados, mas sobreviveram.
Adriana Lima, tia-avó do menino, afirmou à reportagem que a casa já havia sido atingida por uma pedra anteriormente. “A Defesa Civil veio e não fez nada. Se tivesse interditado na época, talvez não tivesse acontecido essa tragédia.”
Ela também disse que a quantidade de lama e lixo no local era muito grande e que, por isso, os vizinhos não conseguiram retirar a criança a tempo. Segundo Adriana, seu irmão, avô de Enzo, perdeu tudo que tinha com o desabamento.
Um primo do menino, identificado como Paulo César, afirmou à TV Globo que a família passou por uma “noite de terror”. “Tentamos fazer de tudo. Tiramos o pai, a mãe, a irmãzinha. Mas infelizmente não conseguimos tirar o Enzo, que ficou soterrado”, disse.
A prefeitura de São Gonçalo afirmou que representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Infância e Adolescência estiveram no local realizando o cadastro social e alertando os moradores que tiveram suas residências interditadas. De acordo com a pasta, as vítimas não precisaram de abrigo porque foram acolhidas nas casas de familiares e amigos.
Ainda segundo a prefeitura, os bairros mais atingidos pelas chuvas foram Tenente Jardim, Gradim, Rio do Ouro, Ipiíba e Boa Vista. Além do desabamento no morro do Feijão, houve alagamentos, deslizamentos e queda de muros.
Também houve fortes chuvas em três cidades da Baixada Fluminense: Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti. Nova Friburgo, na Região Serrana, foi outro município fortemente atingido nesta semana.
No centro de Duque de Caxias, na quarta-feira (9) à tarde, as chuvas inundaram uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) pediátrica. Em nota, a prefeitura da cidade afirmou que o vazamento ocorreu devido a um transbordamento da calha do telhado e que, após 40 minutos de higienização do local, o atendimento voltou ao normal.
Em nota, a Defesa Civil estadual e o Corpo de Bombeiros afirmaram que realizaram 40 atendimentos relacionados às chuvas nas últimas 24 horas e que seguem atuando para prevenir e minimizar os danos.
A Defesa Civil também informou que está enviando para Nova Friburgo 145 itens de material de ajuda humanitária, incluindo colchões, travesseiros, fronhas, lençóis e cobertores.