Cosméticos com cheiro de comida e doces são saudáveis?

Por: Redação / Diário da Saúde  Data: 11/11/2024 às 12:01

Gostos à parte, os cheiros de comida, especialmente sobremesas e frutas, invadiram as prateleiras dos cosméticos.

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Imagem: Freepik

Parcerias entre marcas de beleza e de balas, por exemplo, Carmed e Fini, e O Boticário e Bubbaloo, estão fazendo sucesso, segundo as empresas por que despertam memórias afetivas, como um doce especial comido na infância.

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Cosméticos com cheiro de comida e doces são saudáveis?

O uso de notas que se assemelham ao cheiro de comida se tornou viral a ponto de O Boticário entrar para o Livro dos Recordes Guinness com a maior ação simultânea de vídeos do tipo “abrir a caixa” – os produtos desembalados pertenciam a uma linha inspirada no cheiro de melancia. O estoque que a empresa havia feito, prevendo uma duração de 14 dias, acabou em 57 horas.

As notas olfativas que compõem essas fragrâncias são chamadas de comestíveis e são inspiradas em alimentos, como chocolate, caramelo e doce de leite. “Essa tendência abraça o cheiro e até a aparência e textura de alimentos em produtos para os cuidados pessoais. Neste contexto, ganham espaço as fragrâncias que nos remetem a frutas, sobremesas e até gomas,” explica a professora Patrícia Campos, da USP de Ribeirão Preto (FCFRP).

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Pirâmide olfativa
Mas a moda não é assim tão recente: O primeiro lançamento dessa família olfativa foi o perfume Angel, da marca Mugler, em 1992, com uma mistura de notas da planta patchouli, do doce de amêndoas chamado praliné, e de frutas vermelhas.

“Esses aromas criam uma atmosfera aconchegante e calorosa, muitas vezes despertando memórias de momentos agradáveis ligados à comida. Assim, são composições que criam uma espécie de formigueiro nas papilas gustativas, que ficam ao lado das narinas, confirmando que o sabor é, de fato, uma combinação entre o paladar e o olfato,” afirmou Patrícia.

A formação das fragrâncias gourmet é feita por perfumistas através da combinação de diferentes óleos essenciais e compostos aromáticos. Essa composição é chamada de pirâmide olfativa, uma forma de classificar as notas olfativas que compõem uma fragrância – essa pirâmide ajuda a entender as fases sensoriais de um cosmético, ou seja, revela quais sensações pretende-se transmitir a partir do momento em que ele é aplicado até que o cheiro suma completamente.

“Em geral, utiliza-se uma pirâmide olfativa que classifica as notas em três categorias. Notas de topo ou de cabeça, que são as primeiras percebidas, notas de corpo ou de coração, que são as principais, que representam a identidade do perfume, e notas de fundo, que são a memória da fragrância, aquelas que persistem por mais tempo,” detalha Patrícia.

Cosméticos com cheiro de comida e doces são saudáveis?

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Cuidado com alergias
Antes de serem comercializados, os cosméticos precisam passar por uma análise para garantir que sejam seguros à saúde humana.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os produtos cosméticos não podem apresentar risco à saúde quando utilizados em conformidade com as instruções de uso, tomando outras medidas constantes na embalagem de venda, e dentro do prazo de validade. Para garantir isso, a Anvisa realiza uma avaliação de estabilidade, segurança e eficácia.

“Antes de serem comercializadas, as fragrâncias passam por avaliações toxicológicas e consideram possíveis reações alérgicas. No entanto, é importante considerar que, apesar de serem raros os casos, os consumidores podem apresentar reações alérgicas a alguns dos componentes de um cosmético, de uma fragrância, por uma suscetibilidade individual,” destacou Patrícia.

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