Nos anos 1900, uma das pessoas mais populares dos freak shows era Martin Laurello, o Coruja Humana. Sua habilidade consistia em virar sua cabeça em 180 graus, assim como a ave que inspira seu apelido faz. 

Apesar da fama, muito pouco se sabe sobre a infância de Laurello, apenas que nasceu por volta do ano de 1886, na cidade de Nuremberg, Alemanha. E que 1921, se mudou para os Estados Unidos. Época em que começou a se apresentar em vários circos e shows de horrores do país, chegando a virar notícia em jornais e revistas.

O espetáculo de virar, literalmente, a cabeça

Não há registros detalhados sobre o que dava a Martin o poder de executar seu número, há a suposição de que o Coruja Humana tenha nascido com a coluna levemente curvada. Essa condição biológica, possivelmente, foi fundamental para ele conseguir girar sua cabeça para trás em 180 graus.(Fonte: Gag Daily/ Reprodução)

No entanto, quando era perguntado sobre assunto, Martin dizia que só foi possível desenvolver a habilidade após 3 anos de duros treinos. Claro, ele não era muito específico sobre o tema, já que é bem provável que desejasse esconder o segredo que lhe permitia realizar a façanha.

Por outro lado, o que não faltaram na época foram especulações. Por exemplo, havia relatos de que ele chegou a deslocar propositalmente várias vértebras enquanto treinava seu número até atingir o objetivo final.

Martin já foi visto com cigarros em sua boca com a cabeça para trás e recebendo bebidas. Mas, devido a sua garganta e várias outras partes internas se torcerem durante o ato, nem sempre conseguia ingerir alimentos sólidos ou líquidos durante o número.

Um excelente treinador de cães e gatos

Uma faceta pouco divulgada sobre Laurello, é que ele também se dava bem com animais, sendo que tinha uma ótima habilidade com gatos e cães, especialmente quando o treinamento envolvia números de acrobacia.

Aliás, antes de iniciar sua apresentação era habitual iniciar o show com um ato com os animais treinados por ele. Um dos mais famosos envolvia dois gatos usando luvas que eram obrigados a lutar entre si. Também havia um número com cães realizando danças, assim como os cachorrinhos que andavam apenas com as patas traseiras.

A cultura freak show

Durante os anos 1800 e as décadas iniciais dos anos 1900, as chamadas raridades biológicas, tal como a apresentada por Martin, eram o principal ingrediente para quem desejasse se apresentar nos freak shows.

Os shows de horrores eram populares entre 1840 e 1970.  (Fonte: Wikipedia/ Reprodução) 

Esses “shows de aberrações” costumavam atrair multidões exibindo pessoas como habilidades anormais, deficiências severas, doenças pouco conhecidas e todo tipo de deformidades. Havia até mesmo casos em que essas pessoas não passavam de uma aquisição para o circo e eram tratadas como animais, apresentadas ao público em gaiolas para que qualquer um passasse e se divertisse. 

Muitos dos indivíduos que se aventuravam nesse mundo eram marginalizados, abandonados pela família e pela sociedade, logo, encontravam nesses espetáculos alguma forma de sobrevivência.

Vítima de um ataque do coração, Martin Laurello morreu em 1955. Mas seus registros em fotos e vídeos ainda atraem a curiosidade de muita gente até os dias atuais. Aliás, no vídeo abaixo você pode acompanhar a preparação do Coruja Humana para mais um de seus shows.