Considerado como substancia psicoativa, o tabaco (conhecido popularmente como cigarro) mata oito milhões de pessoas por ano segundo a Organização Mundial da Saúde. No dia nacional de combate ao fumo, comemorado hoje, 29 de agosto, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas faz um alerta quanto aos males que esta droga legalizada provoca no organismo.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, só no século 21 o tabaco foi responsável por cerca de cem milhões de mortes no planeta. No Brasil, cerca de 200 mil brasileiros morrem precocemente devido a doenças originadas pelo tabagismo, como câncer de pulmão, doença coronariana, doença pulmonar obstrutiva crônica e doença cerebrovascular.
Robert Nicácio, farmacêutico, que atua na cessação tabágica, pontua que os gastos da saúde pública (SUS e INSS) são de R$ 57 milhões anuais, o que resulta num prejuízo de R$ 44 bilhões nas contas do governo federal anualmente. “O Dia Nacional de Combate ao Fumo foi pensado para reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco”.
Ele explica que o uso do cigarro provoca a deterioração do organismo e consequentemente amplia os fatores de risco das comorbidades, como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, doenças pulmonares e câncer, aumentando as vulnerabilidades à infecções virais e bacterianas. De acordo com Robert, o vício é decorrente principalmente da substância nicotina que com o passar do tempo o organismo não responde a dose inalada, o que leva o fumante a aumentar o número de cigarros fumados, para atingir o mesmo efeito.
Como farmacêutico, ele revela que o papel deste profissional está no contato com o paciente, sobretudo, no aconselhamento sobre os riscos do tabagismo à saúde. “O farmacêutico deve motivar esse paciente a ingressar no programa de tratamento do tabagismo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou em farmácias comunitárias e ainda em consultórios farmacêuticos em sua localidade”, afirmou.
Ao profissional farmacêutico cabe ainda dar o suporte a esse paciente por meio de acompanhamento farmacoterapêutico. “O tratamento é multidisciplinar e vai desde a estratégia cognitivo-comportamental, que está indicada em todos os casos de tentativa de cessação do tabagismo, até ao uso de medicamentos e adesivos transdérmicos e gomas de mascar de nicotina e ainda as práticas integrativas e complementares como acupuntura, aromaterapia, floralterapia e etc.”
Robert lembra que o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo e causa um impacto muito grande nos sistemas de saúde, na economia e principalmente na vida dos usuários de tabaco e seus derivados. “Como profissional de saúde podemos contribuir para reduzir esses números e salvar vidas”.