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Conclave: conheça os 133 cardeais que podem virar papa

Criado em 1274, o Conclave é envolto em sigilo, cerimônia e simbologia

A Capela Sistina se transforma, mais uma vez, no palco de um dos rituais mais solenes e misteriosos do catolicismo: a eleição de um novo papa. Desde o falecimento do Papa Francisco, no último dia 21, os olhos do mundo se voltam para o Vaticano, onde 133 cardeais eleitores se reúnem, a partir desta terça-feira (7), no Conclave, para escolher o 267º sucessor de Pedro, fundador da Igreja Católica Apostólica Romana.

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Conclave: conheça os 133 cardeais que podem virar papa

A lista dos cardeais votantes representa a diversidade da Igreja: 52 países dos cinco continentes, com destaque para a Itália (23 cardeais), os Estados Unidos (9), Brasil (5), Espanha (5), França (4) e Índia (4). Desta lista, sairá o novo papa.

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Veja abaixo a lista completa dos cardeais eleitores e entenda como funciona esse processo histórico e secreto:

Conclave: conheça os 133 cardeais que podem virar papa

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O que é o Conclave?

O termo vem do latim cum clave “com chave” e remonta à tradição de trancar os cardeais em um recinto até que cheguem a uma decisão. Desde 1274, o processo é envolto em sigilo, cerimônia e simbologia. A Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, promulgada por João Paulo II em 1996, regula os passos desse momento decisivo para a Igreja Católica.

Discussões na véspera

Na manhã desta terça-feira (6), um dia antes da abertura oficial do Conclave, 173 cardeais participaram da 12ª e última Congregação Geral no Vaticano sendo 130 com direito a voto. O encontro foi marcado por orações e 26 intervenções que abordaram os principais desafios da Igreja e o perfil esperado para o novo papa.

Conclave: conheça os 133 cardeais que podem virar papa

Os cardeais defenderam a continuidade das reformas de Francisco, com destaque para o combate aos abusos, a renovação da Cúria Romana, a gestão econômica, a sinodalidade, o cuidado com a criação e o compromisso com a paz.

Quem vota

Apenas os cardeais com menos de 80 anos na data da morte do papa podem votar. Dos 135 aptos, apenas dois não participarão: Antonio Cañizares Llovera (Espanha) e Vinko Puljic (Bósnia e Herzegovina), ambos por razões de saúde. Ainda nesta quarta, haverá a primeira votação. Se nenhum deles receber pelo menos 89 votos (dois terços dos 133 votantes), novo escrutínio será convocado. Como não há expectativa de que a escolha se dê na primeira votação, há quatro previstas para quinta-feira (8).

Construção de pontes

O novo pontífice, segundo os participantes, deve ser um “Pontifex” construtor de pontes, pastor próximo do povo, promotor da escuta e da esperança em tempos de guerra e polarização. Também se discutiu o exercício do poder pontifício, o papel dos cardeais na comunhão eclesial e o reforço de datas como a Solenidade de Cristo Rei e a Jornada Mundial dos Pobres no calendário pastoral.

O juramento e a cédula

Na tarde de hoje, os cardeais fizeram o juramento solene, marcando oficialmente o início do Conclave. Todos os presentes estão aptos a votar e a serem votados. Não há data-limite para a escolha do novo papa.

Conclave: conheça os 133 cardeais que podem virar papa

Cada cardeal recebe uma cédula retangular com a inscrição “Eligo in Summum Pontificem” (“Escolho como Sumo Pontífice”) na metade superior. Abaixo, há espaço para escrever o nome do escolhido. Após preencherem a cédula, dobram-na e a levam até o altar da Capela Sistina, onde são depositadas em uma urna de prata. Antes de inserir seu voto, cada um declara:

“Chamo como minha testemunha Cristo Senhor, que me julgará, que meu voto é dado àquele que, segundo Deus, considero que deva ser eleito”.

Cardeais enfermos têm seus votos coletados por outros colegas designados especialmente para isso, os infirmarii.

A contagem dos votos

Três cardeais são sorteados como escrutinadores para organizar a apuração. Após o embaralhamento, as cédulas são contadas. Se o número não coincidir com o total de votantes, os votos são queimados e o processo recomeça. Caso contrário, inicia-se a leitura pública: um escrutinador abre a cédula, outro confere o nome, e o terceiro o lê em voz alta.

Fumaça

Os votos são registrados em folhas separadas e, ao final, perfurados e amarrados para controle. As cédulas são então queimadas, e a cor da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina anuncia o resultado ao mundo: preta, sem eleição; branca, temos um novo papa.

A matemática da fé

Para ser eleito, o candidato precisa de pelo menos dois terços dos votos no atual Conclave, 89 votos. As votações acontecem duas vezes pela manhã e duas à tarde. Se após três dias não houver consenso, há uma pausa para oração e reflexão. Esse ciclo se repete, podendo haver até 21 escrutínios antes que se adote uma nova regra: a escolha entre os dois mais votados no último escrutínio, que passam a ser os únicos elegíveis e sem direito a voto.

Quem pode ser papa?

Qualquer cardeal eleitor. Não há impedimento teológico ou jurídico para que seja um cardeal jovem ou alguém de fora da Cúria Romana, ainda que a tradição tenha favorecido membros do colégio cardinalício com ampla experiência pastoral ou curial. Teoricamente, qualquer homem batizado pode ser eleito mas, na prática, isso não ocorre desde 1378.

Um papa brasileiro?

Entre os clérigos brasileiros com direito a voto estão nomes influentes na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e nas arquidioceses de grandes centros urbanos. Há ainda um oitavo cardeal brasileiro, Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida, que aos 88 anos já não pode mais participar da votação.

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Entre os nomes mais mencionados nos bastidores e nas apostas internacionais estão Robert Sarah (Guiné), Péter Erdo (Hungria), Matteo Maria Zuppi (Itália), Pietro Parolin (Itália), Jean-Marc Aveline (França) e Luis Antonio Tagle (Filipinas).

O faz um cardeal?

Em geral, os cardeais são bispos de dioceses importantes ou ocupam cargos de destaque na Cúria Romana (a administração central da Igreja). Embora raramente aconteça hoje em dia, padres e diáconos também podem ser nomeados cardeais. Para ser cardeal, o religioso é escolhido diretamente pelo papa, em uma cerimônia chamada consistório.

Principais atribuições dos cardeais:

Muitos cardeais atuam em cargos de governo e administração da Santa Sé, como presidentes de dicastérios (equivalentes a ministérios), ou como arcebispos em grandes arquidioceses pelo mundo.

Ordem e vestimentas

Os cardeais são divididos em três ordens (um resquício histórico): cardeais-bispos; cardeais-presbíteros e cardeais-diáconos

Todos usam a tradicional batina vermelha, que simboliza a disposição para derramar o sangue pela fé, se necessário.

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