Conclave: Como acontece a eleição católica do novo papa

Redação / Gospel Prime 21/04/2025
Saiba como é o conclave, a eleição que católicos fazem de um novo papa
Conclave: Como acontece a eleição católica do novo papa

O papa Francisco faleceu na manhã desta segunda-feira, 21 de abril, em sua residência oficial, a Casa Santa Marta, no Vaticano. A informação foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell, atual camerlengo da Santa Sé, cargo responsável por administrar o Vaticano durante o período de Sé Vacante — quando não há papa em exercício.

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Conclave: Como acontece a eleição católica do novo papa

Com a morte de um pontífice, inicia-se um protocolo tradicional da Igreja Católica que inclui nove dias de luto (novendiales) e o sepultamento entre o quarto e o sexto dia após o falecimento. O camerlengo organiza tanto os atos fúnebres quanto o processo que culminará na eleição de um novo papa.

Organização do Conclave

O Conclave — termo que significa literalmente “com chave” — é o nome dado ao processo de eleição do novo papa. Ele será realizado entre o 15º e o 20º dia após a morte do pontífice, conforme previsto pelas normas da Igreja. O número atual de cardeais no mundo é de 252, mas apenas 138 deles têm menos de 80 anos e, portanto, estão aptos a votar. Este número ultrapassa o tradicional limite de 120 cardeais eleitores devido às nomeações mais recentes feitas pelo próprio Papa Francisco, incluindo 21 novos cardeais em dezembro de 2024.

Os cardeais elegem o novo papa reunidos sob estrito isolamento na Capela Sistina, no Vaticano, onde permanecem até a definição de um sucessor. Antes do início do Conclave, é celebrada uma missa na Basílica de São Pedro. Após isso, todos os presentes são convidados a deixar o local com a ordem “extra omnes”, em latim: “todos fora”.

Durante o Conclave, não é permitido o uso de rádio, televisão, telefone ou internet, nem qualquer contato com o exterior. Apenas a equipe de limpeza, médicos e confessores podem acessar os aposentos dos cardeais. Todos os envolvidos prestam juramento de confidencialidade. As discussões internas visam discernir qual nome seria mais apropriado para liderar a Igreja, sendo um momento considerado de escuta à direção do Espírito Santo (João 16:13).

Processo de votação

O processo de votação pode durar dias ou até semanas. São realizadas até quatro votações por dia (duas pela manhã e duas à tarde), exceto quando se decide fazer uma pausa para oração e reflexão. Cada cardeal escreve o nome de seu candidato sob a frase latina “Eligio in Summum Pontificem” — “Eu elejo como Sumo Pontífice”. Para que um novo papa seja escolhido, é necessário o apoio de dois terços dos cardeais eleitores.

As cédulas utilizadas nas votações são queimadas, e a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina indica o resultado da rodada. A fumaça preta representa que nenhum nome obteve os votos necessários. Já a fumaça branca indica que um novo papa foi eleito.

Anúncio do novo papa

Após a eleição, o cardeal decano pergunta ao eleito: “Você aceita sua eleição canônica como Sumo Pontífice?” Se ele aceitar, escolhe o nome com o qual será conhecido. Em seguida, veste-se com as roupas papais e recebe a reverência dos cardeais presentes.

O anúncio é feito a partir da sacada central da Basílica de São Pedro, com as palavras Habemus Papam — “Temos um papa”. O novo pontífice aparece ao público reunido na Praça de São Pedro, profere um breve discurso e concede a bênção Urbi et Orbi — “à cidade e ao mundo”.

Critérios e contexto

Embora qualquer homem católico batizado possa ser eleito papa, na prática a escolha recai quase sempre sobre um cardeal — que normalmente já exerce funções de liderança como bispo ou arcebispo. O procedimento de eleição do papa tem sido mantido com poucas mudanças desde o século XIII.

Após o Conclave, as cédulas e documentos referentes a cada rodada de votação são lacrados e armazenados nos arquivos secretos do Vaticano. O acesso a esses registros só é permitido com autorização expressa do novo papa.

A sucessão papal representa um momento de grande expectativa para os mais de 1,3 bilhão de católicos ao redor do mundo, e também um tempo de oração, como expressa o Salmo 127:1 — “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”.

O Vaticano ainda não divulgou o calendário oficial do funeral nem os detalhes logísticos do Conclave, que deve ser anunciado nos próximos dias.

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