Ícone do site AlagoasWeb

Cirurgia “falsa” funciona tão bem quanto a real

Pesquisas já comprovaram que procedimentos cirúrgicos simulados ajudam o corpo a se recuperar de lesões

Cirurgia “falsa” funciona tão bem quanto a real

O efeito placebo é um fenômeno relativamente antigo e muito aplicado em estudos científicos para atestar a eficácia de medicamentos, terapias, técnicas e outros novos procedimentos. Mas será que ele, por si só, pode curar alguém? Evidências de estudos da década de 90 indicam que sim.

Publicidade
Receba as notícias do AlagoasWeb no seu WhatsApp            

Cirurgia “falsa” funciona tão bem quanto a real

Na época, o Dr. Bruce Moseley realizou um experimento com 180 pacientes. Todos sofriam com dores intensas no joelho. O grupo foi separado em dois. Um passou por uma artroscopia, intervenção cirúrgica em que um tubo de metal é inserido no joelho para reparar a cartilagem lesionada e retirar pequenos pedaços de osso soltos causadores de dor. O outro realizou o mesmo procedimento, só que simulado, ou seja, é feita uma incisão, mas o tubo não é inserido.

Ambos os grupos receberam as mesmas informações sobre operação e a administração de analgésicos. Aqueles que passaram por uma cirurgia “falsa” também acreditavam ter realizado a real. E o resultado foi surpreendente.

Cirurgia “falsa” funciona tão bem quanto a real

Os pacientes foram monitorados durante testes de dor que consistiam em subir alguns degraus. A redução do incômodo da lesão foi muito semelhante entre os grupos, comprovando como o método placebo poderia ser tão eficaz quanto a cirurgia real e ainda mais benéfico por ser menos invasivo.

Uma revisão com 53 estudos do mesmo tipo, publicada na National Library of Medicine, também chegou à mesma conclusão. Mas como o efeito placebo funciona? Existe uma explicação.

O mecanismo por trás da cirurgia “falsa”

Controvérsia na comunidade médica
A cirurgia simulada, apesar de seus benefícios comprovados, continua a ser uma questão controversa na medicina. Alguns especialistas em ética argumentam que ela pode ser arriscada. Outros questionam se o uso do engano durante os experimentos é saudável e até se a terminologia usada para o tipo de procedimento é adequada.

O professor e diretor do Stoneygate Center for Excellence in Empathic Healthcare, Universidade de Leicester, Jeremy Howick, argumenta em artigo publicado no The Conversation, que é possível superar essas controvérsias.

Estudos indicam que intervenções simuladas podem ser eficazes mesmo quando os pacientes são informados de que estão recebendo um placebo. A descoberta sugere que o fator engano pode não ser necessário. E, exatamente por não ser uma farsa, podem ser renomeadas como “cirurgia minimamente invasiva. Segundo o professor, essa pequena mudança ajudaria a mudar a percepção das pessoas sobre o método e gerar mais aceitabilidade.

Cirurgia “falsa” funciona tão bem quanto a real

Sair da versão mobile