Cientistas alertam sobre pandemia de Parkinson

Por: TPE  Data: 12/02/2019 às 15:05

Ao longo dos anos, a saúde em geral melhorou drasticamente. Temos visto revoluções em farmacologia e tecnologia médica, melhor nutrição e também cada vez mais propagandas de saúde em geral. Tudo isso promete um futuro mais longo e saudável para nossa população global. No entanto, essa prosperidade tem um custo. Condições neurológicas relacionadas à idade, como a doença de Parkinson, ameaçam afetar mais de nós do que nunca. Consequentemente, isso preparou o terreno para um desafio médico sem precedentes.

Patrick Brundin, editor-chefe do Jornal da Doença de Parkinson, diz que “em 2040, podemos realmente falar sobre uma pandemia que resultará em aumento do sofrimento humano, além de elevar os custos sociais e médicos”. Em seu artigo, Brundin destaca o que estamos esperando para as próximas décadas. Ele prevê que os números atuais de Parkinson dobrarão, se não triplicarem nos próximos 20 anos.

Este problema não se limita apenas à doença de Parkinson. A demência e a doença de Alzheimer também devem disparar com o envelhecimento da nossa população. Isso ocorre à medida com que as pessoas vivem mais para ver seus corpos envelhecidos sobrecarregados com condições que poucas vezes vive-se para suportar.

Uma grande parte do problema surge devido à falta de conhecimento sobre quantas condições neurológicas se desenvolvem em primeiro lugar. O Parkinson tornou-se conhecido no início do século 19, quando um eminente cirurgião britânico chamado James Parkinson delineou as características dessa doença degenerativa em seu tratado An Anise on the Shaking Parallel (Anis no Paralelo Trêmulo, na tradução livre).

Hoje sabemos que os sintomas de extremidades trêmulas, mobilidade impedida, rigidez e alterações de humor estão ligados à perda de tecidos produtores de dopamina em um dos centros de controle do cérebro, os gânglios da base. Estima-se que 6,1 milhões de pessoas em todo o planeta tinham a doença de Parkinson de “tremor de paralisia”, mais que o dobro dos números em 1990.

A produção reduzida de dopamina não é considerada mortal, mas a perda geral da função, combinada com a senescência geral que vem com o envelhecimento, produz uma expectativa de vida média de apenas sete a 14 anos além do diagnóstico.

Os registros mostram que, hoje, cerca de 200.000 pessoas podem morrer prematuramente a cada ano devido ao resultado da condição. Mas, o que é mais preocupante, é que em vinte anos, o número estimado de pessoas que poderiam ter a condição poderia ser tão alto quanto 12 milhões.

As evidências mostram que o mal de Parkinson começa com alterações nos micróbios do intestino, que geralmente quebram uma mistura diversificada de pesticidas, medicamentos e poluentes em nosso meio ambiente. Mas isso não termina aí. Há outro fator paradoxal no trabalho, que deve elevar o número para até 17 milhões.

Mais de 50 anos atrás, os pesquisadores observaram uma ligação estranha entre o uso de tabaco e o mal de Parkinson. A relação é especialmente evidente hoje, já que é confusa. O risco da doença cai 40% entre os fumantes a longo prazo. O mecanismo por trás dessa relação é de fato um mistério, principalmente quando é dada a ampla gama de riscos à saúde que são conhecidos por vir com cigarros. Mas apesar disso, é claro que não é aconselhável que você comece a fumar!

Por mais deprimente que seja a notícia, os pesquisadores afirmam que agir agora pode ajudar a garantir que esses números não sejam tão altos. Afinal, a sociedade enfrentou com sucesso pandemias de poliomielite, câncer de mama e HIV em diferentes graus no século passado.