No sábado (13), o cientista norte-americano Joseph Dituri, de 55 anos, quebrou o recorde mundial de quem vive mais tempo embaixo d’água, após passar 74 dias em uma base submersa numa lagoa no sudeste dos Estados Unidos. Apesar do marco, o professor da Universidade do Sul da Flórida (USF) espera completar pelo menos 100 dias submerso a uma profundidade de cerca de nove metros.
Antes de mergulhar de cabeça no projeto Netuno 100, Dituri já foi mergulhador profissional da Marinha dos EUA. Ele também é popularmente conhecido por sua paixão pelos mares, sendo apelidado de Dr. Deep Sea (Dr. Mar Profundo).
“A curiosidade pela descoberta me trouxe até aqui”, tuitou Dituri na manhã de domingo (14), após bater o recorde — até então, o tempo máximo foi de 73 dias. “Meu objetivo desde o primeiro dia foi inspirar as gerações vindouras, conversar com cientistas que estudam a vida submarina e aprender como o corpo humano funciona em ambientes extremos”, comenta.
Viver embaixo d’água e os impactos na saúde
Embora o fato seja curioso por si só, o atual projeto Netuno 100, organizado pela Marine Resources Development Foundation, tem como objetivo entender o impacto da pressão extrema das águas no organismo humano. Uma das hipóteses é de que a saúde do cientista melhorará devido ao aumento da pressão subaquática.
“Os efeitos físicos e mentais de ficar por um período tão prolongado no ambiente subaquático [cerca de 100 dias] serão monitorados por uma equipe médica, que fará visitas regulares ao alojamento e submeterão Dituri a uma bateria de testes, incluindo exames de sangue, ultrassom e eletrocardiograma”, descreve a página oficial do experimento.
Além disso, serão coletadas informações sobre a qualidade do sono, a concentração da vitamina D e até os níveis de cortisol, apelidado como o hormônio do estresse, do cientista e mergulhador, durante o experimento.
Bem-humorado, Dituri tuitou no dia primeiro de abril, também conhecido como o dia da mentira, que estava desenvolvendo “pré-brânquias” no pescoço e membranas entre os dedos, como se o ambiente o estivesse transformando em um peixe. Até uma foto (grosseiramente) editada, ele compartilhou para tornar a brincadeira mais real:
O cientista está sozinho no experimento subaquático?
O experimento literalmente imersivo só deve ser encerrado no dia 9 de junho, daqui a 25 dias. No entanto, o cientista não está sozinho. Além da vida aquática próxima do Jules Undersea Lodge, na Flórida, Dituri recebe eventualmente algumas visitas, incluindo adolescentes e jovens interessados no curioso experimento. Até mesmo uma pseudo-sereia já foi visitá-lo:
Enquanto participa do experimento Netuno 100, Dituri não abandou o seu cargo como professor da área de engenharia biomédica e segue lecionando para os alunos da USF, mesmo que de forma remota.
Fonte: Marine Resources Development Foundation (1) e (2)