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Carrapatos voam até seus hospedeiros, atraídos pela eletricidade estática

Jerry Kirkhart/Wikimedia

Para pegar um carrapato – ou para que um carrapato pegue carona em você – não é necessário nem mesmo encostar nos gramados, capins e outras plantas onde eles ficam à espreita de hospedeiros.

Os carrapatos podem literalmente “voar” por lacunas de ar várias vezes maiores do que eles mesmos, impulsionados pela eletricidade estática que seus hospedeiros acumulam naturalmente.

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A eletricidade estática é aquela mesma que nos dá pequenos choques quando tocamos na maçaneta do carro ou da porta, ou mesmo quando encostamos em uma pessoa que está usando uma roupa sintética.

“Mas essa carga eletrostática também acontece com animais na natureza quando eles se esfregam em objetos em seu ambiente, como grama, areia ou outros animais. Essas cargas são surpreendentemente altas e podem ser equivalentes a centenas, senão milhares de volts – mais do que você consegue com as tomadas em casa! É importante ressaltar que as cargas estáticas exercem forças sobre outras cargas estáticas, atrativas ou repulsivas dependendo se são positivas ou negativas,” explicou o professor Sam England, da Universidade de Bristol (Reino Unido).

Carrapatos voam?
Carrapatos não conseguem saltar e também têm pernas curtas, então os pesquisadores decidiram pesquisar como eles são tão eficientes para infectar seus hospedeiros, como vacas, cavalos, capivaras e, claro, seres humanos.

A equipe começou testando a ideia da atração pela eletricidade estática colocando pele de coelho estaticamente carregada e outros materiais perto dos carrapatos, e observando se eles eram atraídos por eles.

O que os cientistas viram foi muito mais drástico do que eles esperavam: Os carrapatos eram prontamente puxados pelo ar, voando por vários milímetros ou até centímetros, o equivalente a humanos pularem vários lances de escada, só que para cima.

Antiestática contra carrapato
Esta descoberta tem várias implicações e aplicações. Em primeiro lugar, o fenômeno provavelmente se aplica a muitas outras espécies parasitárias que desejam fazer contato e se fixar em seus hospedeiros, como ácaros, pulgas ou piolhos, e, portanto, pode ser um mecanismo universal para os animais fazerem contato e se ligarem uns aos outros.

Por outro lado, agora que sabemos disso, abrem-se as portas para o desenvolvimento de novas tecnologias para minimizar as picadas de carrapatos em humanos, animais de estimação e animais de fazenda, como o desenvolvimento de sprays antiestáticos. Os carrapatos transmitem uma série de doenças, incluindo a fatal febre maculosa.

Agora, a equipe planeja investigar se os carrapatos são capazes de detectar a aproximação da carga eletrostática de seus possíveis hospedeiros, ou se é apenas um mecanismo passivo.

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